Depois de mais de 10 anos de aplicação em veículos pesados, principalmente caminhões, o Arla 32 começou a ser adotado também por picapes e SUVs movidos a diesel no Brasil. Classificado como solução aquosa, o produto funciona como um agente anti-poluição capaz de reduzir a emissão de gases nocivos à saúde e ao meio ambiente, especialmente óxidos de nitrogênio (NOx).
Graças a isso, tem sido amplamente adotado pelas montadoras como solução para enquadrar seus veículos dentro das normas de emissão estabelecidas pelo Proconve (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores). O órgão tem exigido padrões cada vez mais rigorosos nos últimos anos e a redução proporcionada pela Arla 32 tem sido fundamental para o cumprimento das metas.
Arla significa Agente Redutor Líquido Automotivo, enquanto o número 32 faz referência à sua composição, formada por 32,5% de ureia de alta pureza e 67,5% de água desmineralizada. A solução é injetada no sistema de escapamento dos veículos que possuem tecnologia SCR (Selective Catalytic Reduction/Catalisador de Redução Seletiva) e atua diretamente na redução da emissão de óxidos de nitrogênio (NOx).
Quando entra em contato com os gases emitidos pelo motor, a ureia se decompõe em amônia e reage com os óxidos de nitrogênio (NOx), gerando água e gás nitrogênio (sem impactos ao meio ambiente ou à saúde humana). O processo químico ocorre no catalisador do veículo, ou seja, antes de os gases nocivos serem jogados na atmosfera. Dependendo do caso, há redução de até 98% nas emissões de NOx.
No veículo, o Arla 32 fica armazenado em um tanque específico cujo tamanho varia de acordo com o porte do carro. Na Fiat Toro, por exemplo, o reservatório acomoda 13 litros do produto, enquanto na Ford Ranger leva até 20 litros. O tanque é devidamente identificado para evitar contaminação acidental, já que a mistura do Arla com outros líquidos, como combustíveis ou aditivos, pode comprometer a eficiência do sistema SCR.
“O Arla tem uma especificação, assim como a gasolina, o etanol e o diesel”, explica Raquel Mizoe, diretora de Emissões de Veículos Leves da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA). O nome comercial no Brasil é sempre “Arla 32”, mas ao redor do mundo há variações. Na Europa, por exemplo, o produto é vendido como AdBlue, enquanto nos Estados Unidos se chama DEF (Diesel Exhaust Fluid).
O Arla 32 é vendido em postos de combustíveis e deve ser reabastecido regularmente seguindo as diretrizes de cada montadora. Dependendo do caso, a reposição pode acontecer a cada 5 mil, 10 mil ou 15 mil km. Na maioria das vezes, o próprio veículo avisa no painel quando necessário. Importante lembrar que não é preciso colocar Arla toda vez que abastecer o veículo com diesel.
Além da Toro e Ranger já citadas, também fazem uso do Arla atualmente os modelos Jeep Commander, Ram Rampage, Ram 2500 e 3500, Nissan Frontier, Fiat Titano, Mitsubishi Triton, Renault Master, Volkswagen Amarok, Toyota Hilux e SW4, Chevrolet S10 e Trailblazer, entre outros.
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Fonte: direitonews