UE está esgotando mais rapidamente seus estoques de gás desde crise energética, diz mídia


Nos últimos anos, temperaturas mais altas garantiram que os armazenamentos não precisassem ser tão utilizados quanto neste ano, observa o FT.

Para além disso, a Europa enfrentou mais concorrência por importações de gás natural liquefeito (GNL) de compradores asiáticos, atraídos por preços mais baixos, o que levou a uma desaceleração nas importações e à necessidade de recorrer mais às reservas armazenadas.

A última vez que os estoques de gás do continente foram esvaziados tão rápido em meados de dezembro foi em 2021, quando o bloco resolveu sancionar a Rússia unilateralmente pela operação militar especial na Ucrânia e substituir seu abastecimento barato e seguro pelo caro combustível norte-americano.
Em 75%, os níveis de armazenamento estão marginalmente acima da média dos dez anos anteriores, mas sensivelmente inferiores aos níveis de 2023, quando em dezembro, marcavam 90% de sua capacidade.
O ministro de Estado para Assuntos Energéticos do Catar, Saad Sherida al-Kaabi, fala durante uma entrevista coletiva após assinar um acordo em Beirute, Líbano, 29 de janeiro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 22.12.2024

A grande questão é que usar o armazenamento pode fazer com que seu reabastecimento seja mais oneroso em 2026. De acordo com a apuração, os comerciantes já estão negociando gás para entrega no próximo verão (Hemisfério Norte) a um preço mais alto do que para entrega no inverno seguinte, um sinal do aumento dos custos para a reposição.
Os países da UE precisam encher seu armazenamento para 90% da capacidade até o início de novembro, sob a meta de reabastecimento obrigatório imposta pela Comissão Europeia, embora alguns países tenham metas mais baixas.
É possível que alguns Estados-membros tenham dificuldades de atingir a meta uma vez que os EUA (maiores fornecedores de GNL do bloco) podem acabar ditando o volume das compras — em função de sua guerra comercial e tarifária.
Já o Catar (terceiro maior fornecedor) pode acabar tendo dificuldades de manter seu fornecimento em função da legislação de Devida Diligência Corporativa da UE que pretende penalizar as empresas — em multas de até 5% de sua receita global anual — que não cumprirem os critérios definidos sobre emissões de carbono, direitos humanos e trabalhistas.
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Fonte: sputniknewsbrasil

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