Radar de velocidade média começa a ser instalado; aparelho já multa?


Critérios técnicos da fiscalização de trânsito podem ser confusos e, por isso, levar a interpretações incorretas. Este é o caso do radar de velocidade média. Recentemente, um vídeo que demonstra o funcionamento do aparelho viralizou no TikTok ao alegar que motoristas já estariam sendo multados nas rodovias federais.

De fato, a instalação começou oficialmente em algumas rodovias, como a BR-050, em Uberaba (MG) – primeira do Brasil a receber o aparelho. Mas será que os motoristas já podem ser autuados ao excederem a velocidade média? Autoesporte consultou o Ministério dos Transportes para desvendar as principais dúvidas sobre a regulamentação dos radares — ou “medidores de velocidade”, como são chamados tecnicamente.

Não. Os radares de velocidade média foram instalados no Brasil em caráter experimental. Entretanto, estes medidores já são realidade em diversos países — como na Itália, que, inclusive, tem uma das fiscalizações mais rigorosas do mundo.

Portanto, você não receberá uma multa se exceder a velocidade média da rodovia, como o vídeo que viralizou no TikTok sugere. Qualquer informação que aponte isso é falsa.

O Ministério dos Transportes reiterou que as regras para a fiscalização estão previstas na Resolução nº 798, de 02 de setembro de 2020. O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) determina que medidores de velocidade devem trazer os seguintes tópicos para uma autuação ser validada:

I – imagem com a placa do veículo;
II – velocidade regulamentada para o local da via em km/h;
III – velocidade medida do veículo, no momento da infração, em km/h;
IV – velocidade considerada, já descontada a margem de erro metrológica, em km/h;
V – local da infração, onde o equipamento está instalado ou sendo operado, identificado de forma descritiva ou codificado;
VI – data e hora da infração;
VII – identificação do instrumento ou equipamento utilizado, mediante numeração estabelecida pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre a via;
VIII – data da última verificação metrológica; e
IX – números de registro junto ao Inmetro e de série do fabricante do medidor de velocidade.

Como indica atualmente o Contran, a velocidade do veículo é medida apenas no momento da infração. Logo, o condutor deve ser flagrado excedendo o limite da via ao passar pelo monitoramento para ser multado. Vale lembrar que os radares são aprovados pelo Inmetro antes de serem instalados, e este órgão também fica responsável pela fiscalização e manutenção a cada 12 meses.

O sistema de monitoramento de velocidade média precisa de ao menos dois radares para operar. No momento em que o motorista passa pelo primeiro aparelho, sua velocidade é registrada independentemente de estar acima ou abaixo do limite.

A medição que pode resultar em multa é feita quando o veículo atravessar o segundo radar. Ali, o sistema fará o cálculo de quanto tempo o motorista levou para percorrer os dois pontos, obtendo a velocidade média com base na distância entre os radares.

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Aqui podemos brincar um pouco de física. Isso porque estamos falando basicamente da fórmula Vm = ΔS/Δt, que justamente representa a velocidade média de um objeto ao longo de um percurso. Ou seja, o sistema de monitoramento calcula a velocidade média (Vm) ao dividir o deslocamento total (ΔS) pelo tempo total (Δt) que o carro levou para se deslocar entre um e outro radar.

Dessa forma, se o motorista acelerar além do limite entre os dois pontos, sua velocidade média também será mais alta. A única forma de burlar este recurso seria reduzir vertiginosamente a velocidade antes de passar pelo segundo radar. Só por isso, exceder o limite médio já seria uma prática sem sentido.

O fato de outros países já utilizarem a tecnologia, bem como a instalação em caráter experimental ter começado no Brasil, mostra que os medidores de velocidade média podem se tornar realidade.

Um levantamento da Infosiga encomendado pela TV Globo revelou que sete pessoas morreram por dia em acidentes rodoviários no Estado de São Paulo entre janeiro e outubro deste ano. Outro estudo, este de origem holandesa, revelou que o monitoramento da velocidade média reduziu acidentes em 19%.

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Fonte: direitonews

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