A ditadura da Venezuela voltou a provocar o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, o Itamaraty, em mais um capítulo da crise iniciada na semana retrasada.
Neste domingo (3), a agência estatal Venezuela News publicou no X uma charge que mostra o personagem Tio Sam, que representa os Estados Unidos, cavando um túnel entre dois prédios – um deles é identificado como Embaixada dos EUA no Brasil e o outro como Itamaraty.
A ilustração reverbera uma declaração do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, que na semana passada acusou o Itamaraty de estar ligado ao Departamento de Estado americano e disse que o ministério brasileiro “sempre conspirou contra a Venezuela”.
A fala de Maduro ocorreu após o veto do Brasil à entrada venezuelana como país-parceiro nos Brics, na cúpula do bloco realizada na Rússia na semana anterior.
Dois dias depois da declaração do ditador, a ditadura da Venezuela anunciou a convocação do encarregado de negócios do Brasil no país caribenho e chamou a Caracas o embaixador venezuelano em Brasília, Manuel Vadell, para consultas, com o objetivo de manifestar “repúdio”.
Na nota em que anunciou a decisão, o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela acusou o assessor especial do Brasil na área de relações exteriores, Celso Amorim, de interferência em assuntos internos do país.
O Brasil cobra a divulgação das atas de votação da eleição presidencial de 28 de julho, que o chavismo fraudou para manter Maduro no poder.
Na quinta-feira (31), a Polícia Nacional Bolivariana (PNB) postou no Instagram uma mensagem que mostrava o presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o rosto escurecido e a bandeira do Brasil ao fundo, com a mensagem “Quem se mete com a Venezuela se dá mal”.
Após o Itamaraty divulgar nota na sexta-feira (1º) condenando o “tom ofensivo” e os “ataques pessoais e escaladas retóricas” da Venezuela, a postagem da PNB foi apagada.
Por fim, no sábado (2), a ditadura da Venezuela divulgou nota na qual acusou novamente o Brasil de se intrometer em assuntos do país e apontou que Brasília tenta se “passar por vítimas numa situação em que claramente agiram como vitimizadores”.
Fonte: gazetadopovo