Advogado é preso por suspeita de participar de negociação de decisão judicial a favor de tr4fic4nte


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Via @portalg1 | Um advogado foi preso nesta quarta-feira (25) pela Polícia Federal suspeito de participar de um esquema de vendas de decisões no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). Os agentes cumpriram um mandado contra Luiz Pires Moraes Neto em Santa Rosa de Viterbo (SP), segundo apuração da EPTV, afiliada da TV Globo.

A reportagem não obteve, até a última atualização desta notícia, um posicionamento da defesa de Moraes Neto.

O advogado é um dos investigados pela Operação Churrascada, deflagrada em junho deste ano. Conversas obtidas pela PF levantaram a suspeita de que ele foi ao Paraguai buscar R$ 1 milhão, quantia que seria utilizada como propina para que outro advogado, Wellington Pires da Silva, tentasse comprar a transferência de presídio do traficante Romilton Queiroz Hosi, aliado do Fernandinho Beira-Mar, com o desembargador Ivo de Almeida.

Almeida foi afastado de suas funções por um ano devido às investigações. Pires da Silva foi alvo de um mandado de prisão preventiva, mas é considerado foragido. A reportagem tenta ouvir as defesas deles nesta quarta-feira.

Durante a operação desta quarta-feira, os agentes também cumpriram um mandado de busca no endereço do investigado. Moraes Neto foi levado para a sede da Polícia Federal, em Ribeirão Preto (SP), e deve passar por uma audiência de custódia na quinta-feira (26).

O suspeito foi acompanhado por membros da 12ª seção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

O que indicam as investigações

Romilton está preso em uma penitenciária em Avaré (SP) desde 2019. À época, a intenção era negociar uma transferência para um presídio no Mato Grosso, para que ele conseguisse fugir. O traficante teria oferecido R$ 1 milhão em propina, dinheiro que seria entregue ao desembargador.

Mensagens interceptadas com autorização da Justiça e obtidas pela EPTV, afiliada da TV Globo, revelam como funcionaria a venda. Em uma delas, Wellington conversa com um intermediário de Ivo no TJ:

– Lembrando que a ponta do Mato Grosso já está certa para buscar. Se for concedido, a penitenciária do Mato Grosso já vem buscar [R$ 1 milhão], entendeu? É só o fato de conceder.

Uma outra mensagem aponta Luiz Pires de Moraes, advogado em Santa Rosa de Viterbo, conversando com Wellington sobre o pagamento da propina de R$ 1 milhão. A suspeita da PF é de que Luiz foi até o Paraguai buscar o dinheiro:

– E aí, meu parceiraço? Já voltei do Paraguai, hein? Lá a mala está pronta. Agora só você na área, hein?

Wellington ainda pergunta para o advogado de Santa Rosa se o homem que vai pagar pela transferência tem mesmo o dinheiro:

– Demorou, doutor. Vou dar uma cobrada no rapaz aqui. Os meninos será que é firme para pagar ou vai querer parcelar?

– Tá de brincadeira, né? O cara é bilionário, bi. Tem 50 mil bois. Tem oito mil alqueires, alqueirão de soja. Tem uns 20, 30, helicópteros e avião. Esquece. Cocaína então deve ter estocado mais de seis, sete toneladas na fazenda.

Segundo a Polícia Federal, o plano não deu certo por dificuldades encontradas ao longo do caso.

Por Murilo Badessa, Isabelle Garcia, EPTV
Fonte: @portalg1

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