Durante a semana passada, o mercado continuou típico na fase de transição do fim da colheita e comercialização da maior parte da segunda safra e do início da colheita da terceira safra. A disparidade de preços continua enorme entre o Feijão-carioca, com todo tipo de defeitos, desde R$ 170/180 até os R$ 320 praticados para os primeiros pivôs colhidos em Minas e Goiás na área irrigada. Esta semana tem boa chance de repetir os mesmos níveis de preço, com os empacotadores cautelosos comprando e entregando rapidamente, sabendo que, a qualquer momento, como o histórico mostra, quando aumenta o volume colhido, os valores vão paulatinamente diminuindo, e não há como precisar quando isso irá ocorrer. Até o final da semana passada e início desta, alguns lotes, poucos é verdade, foram negociados antes da colheita.
Os grupos que discutem técnicas vêm refletindo o que tem acontecido no campo com respeito às perdas e atrasos de plantio gerados pela mosca branca contaminada com o vírus do mosaico dourado. O seguinte relato preocupante, que também ajuda a entender quando entrará a colheita da maior produção de Feijão irrigado deste ano, do Mato Grosso, foi enviado por um dos mais respeitados consultores agronômicos do Feijão do Brasil, o Engenheiro Agrônomo Edson Pina: “Mosaico Dourado no Feijão do Mato Grosso”.
“Com relação ao mosaico dourado, estamos enfrentando uma situação tensa nas áreas de cultivo. A virose está se espalhando em quase 90% das plantações. Os danos variam: algumas áreas têm infecções insignificantes, enquanto outras já apresentam até 50% das plantas afetadas.
Observamos uma alta contaminação principalmente em áreas próximas ao cultivo de algodão. Durante a safrinha, também tivemos algumas áreas de Feijão contaminadas, resultando em folhas com manchas verdes. A mosca branca, inicialmente presente na soja, migrou para o algodão, Feijão safrinha, crotalária (planta de cobertura), gergelim, mato e plantas daninhas. Agora, parece que ela voltou ao nosso querido Feijãozinho.
Nas áreas que atendemos, decidimos atrasar o plantio o máximo possível. Começamos a plantar em 15/05 e concluímos em 20/06. Coincidentemente, as primeiras áreas plantadas enfrentaram maior pressão da mosca branca. Houve relatos de dois pivôs que foram completamente destruídos, mas ainda não sabemos a causa exata. Em algumas áreas, a contaminação ultrapassa 40%, enquanto em outras, a porcentagem varia de 10% a 20% nos demais pivôs. Estamos aplicando medidas preventivas a cada 2 a 3 semanas, com intervalos de 2 a 3 dias entre as aplicações”. Deste estado se esperavam 75 mil ha plantados com produtividade de 2.469 quilos por ha, com produção total de 186 mil toneladas, cerca de 13,8% menor que o ano passado.
Fonte: noticiasagricolas