Empresária é condenada à morte no Vietnã por fraude financeira


A Justiça do Vietnã condenou uma megaempresária do ramo da construção
civil à morte nesta quinta-feira (11), no maior caso de fraude financeira da
história do país asiático.

Segundo informações da agência Associated Press, Truong My
Lan, de 67 anos, presidente da construtora Van Thinh Phat Holdings, havia sido
acusada de fraude no valor de US$ 12,5 bilhões.

Em 2011, ela esteve envolvida na fusão do Saigon Joint
Commercial Bank (SCB) com outras duas instituições financeiras e posteriormente
teria controlado o banco ilegalmente até 2022.

Nesse intervalo, teria usado milhares de “empresas
fantasmas” no Vietnã e em outros países para conceder empréstimos a si própria
e a aliados, o que gerou perdas de US$ 27 bilhões, segundo o jornal estatal VN
Express.

Lan também foi acusada de pagar propinas a funcionários do
governo e de violar regras do setor financeiro.

Em declaração, o tribunal que condenou a empresária à morte
alegou que as ações dela “não só violaram os direitos de gestão de propriedade
dos indivíduos, mas também levaram o SCB a um estado de controle especial,
minando a confiança das pessoas na liderança do Partido [Comunista] e do
Estado”.

O Vietnã é uma ditadura comunista, cujo governo iniciou há
alguns anos uma série de rígidas ações anticorrupção.

Em entrevista à BBC, David Brown, funcionário aposentado do Departamento de Estado dos EUA especializado no Vietnã, disse, entretanto, que o objetivo do Partido Comunista com essas medidas é reafirmar a autoridade do regime sobre o empresariado do sul vietnamita.

“O que Nguyen Phu Trong [atual secretário-geral do Partido
Comunista] e os seus aliados no Partido estão fazendo é recuperar o controle de
Saigon [nome anterior da Cidade de Ho Chi Minh, onde Lan nasceu e operava], ou
pelo menos impedir que ela escape”, afirmou.

“Até 2016, o Partido em Hanói [capital do Vietnã, localizada no norte do país] praticamente deixava esta máfia sino-vietnamita comandar o lugar [Cidade de Ho Chi Minh]. Eles faziam tudo que os líderes comunistas locais deveriam fazer, mas ao mesmo tempo exploravam a cidade para obter uma quantia substancial do dinheiro que estava sendo feito no sul”, explicou Brown.

Fonte: gazetadopovo

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