Assessora de Carlos Bolsonaro pediu ajuda à Abin sobre investigações contra família do ex-presidente


Segundo mostrou o portal g1, o pedido se comprova em conversas com uma das assessoras do então diretor-geral do órgão, Alexandre Ramagem, de outubro de 2022.
Os diálogos constam na decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que embasa a operação deflagrada nesta segunda-feira (29).
Nas mensagens, Luciana Paula Garcia da Silva Almeida diz a Priscilla Pereira e Silva, assessora de Ramagem, que precisa muito de “uma ajuda” e envia dois números de inquéritos que, segundo a mensagem, envolvem o então presidente da República e três de seus filhos — o que foi confirmado pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Bolsonaros e a investigação da Abin paralela

Nesta segunda-feira (29), a Polícia Federal (PF) realizou mandados de busca e apreensão contra Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente brasileiro. As ações fazem parte da operação Vigilância Aproximada, que investiga a atuação ilegal de espionagem durante o governo bolsonarista.
As investigações revelaram, segundo fontes ligadas ao caso, que Carlos teria sido beneficiado pela chamada Abin paralela em pelo menos duas situações. A assessora teria solicitado informações sobre inquéritos sigilosos envolvendo membros do clã.
Em troca de mensagens, Almeida pede ajuda a Ramagem, mencionando a necessidade de informações sobre inquéritos em andamento na PF. A corporação afirma que essas mensagens revelam a tentativa de obter informações privilegiadas por parte do vereador e de sua equipe.
Um material encaminhado ao STF também indica que Ramagem teria imprimido informações sigilosas sobre inquéritos policiais do Rio de Janeiro.
Esses documentos, segundo a PF, teriam sido “possivelmente” destinados ao “núcleo político” por trás do esquema de espionagem ilegal na Abin durante o governo Bolsonaro.
A análise aponta que as impressões continham detalhes como o número do inquérito, o nome do investigado, o cargo político e o partido da pessoa envolvida.
O ministro Alexandre de Moraes, que autorizou a operação, afirmou que a existência de uma “organização criminosa infiltrada na Abin” foi significativamente comprovada pelas evidências coletadas até o momento.
De acordo com a decisão dele, a investigação aponta para a existência do “núcleo político” envolvido na espionagem, que teria monitorado indevidamente “inimigos políticos” e buscado informações sobre investigações relacionadas aos filhos de Jair Bolsonaro durante seu mandato presidencial.
A operação desta segunda-feira (29) é um desdobramento da ação realizada na quinta-feira (25), que teve como alvo o próprio Ramagem.
Carlos Bolsonaro teve o celular e três computadores apreendidos em sua residência em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. A PF também cumpriu mandados no gabinete do parlamentar municipal na Câmara dos Vereadores, na capital fluminense.

Fonte: sputniknewsbrasil

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