Teste: Toyota Corolla GR-S 2024 tem marra de esportivo, mas perde potência


O Toyota Corolla foi o terceiro sedã mais vendido do Brasil em 2023, atrás de carros muito mais baratos, como Onix Plus e Cronos. Sem a concorrência direta do Civic pela primeira vez em muitos anos, a marca japonesa emplacou quase 43 mil unidades no modelo médio.

Este sucesso se deve, entre vários outros pontos, ao catálogo bem distribuído. Há versões voltadas ao conforto, luxo, consumo de combustível e até um modelo de apelo esportivo: o Toyota Corolla GR-S.

Não o confunda com o GR Corolla, um hatch importado do Japão que custa dolorosos R$ 416.990. O sedã é produzido em Indaiatuba (SP), e custa R$ 181.590. De igual entre eles, segundo a marca, há no máximo alguns parafusos.

O Corolla nunca teve um apelo esportivo. Isso sempre ficou por conta do Civic e do Jetta. A nova versão GR-S não foge disso e fica só com a marra, mas entrega um item que sempre foi um pedido insistente dos clientes menos recatados: o teto-solar. As rodas de 18 polegadas estreiam novo design, mas em todo o resto o sedã continua igual.

O exterior é marcado por vários apliques na tonalidade preto brilhante e um visual mais agressivo que as demais versões. Na traseira, há um pequeno spoiler que chama bastante atenção.

No geral, o visual do Corolla GR-S é harmonioso e agradável. A marca japonesa optou por não forçar a barra com um estilo muito esportivo que pudesse ficar exagerado. Aqui, temos um sedã de apelo mais jovial e atlético, e nada mais.

Por dentro, o Corolla GR-S estreia a central multimídia atualizada (com Android Auto e Apple CarPlay sem fio) e painel de instrumentos digital.

Tanto a qualidade das telas quanto os layouts passam longe de impressionar. No geral, as marcas japonesas continuam aquém das ocidentais quando o assunto é conectividade. Por sorte, o pareamento sem fio funciona bem e o carregador por indução não chegou a fritar o meu celular.

Costuras vermelhas no painel e bancos e uma plaquinha da Gazoo Racing no console são a pitada de pimenta para incrementar o interior. O Corolla é um dos carros nacionais mais bem montados atualmente. Seu acabamento emborrachado se faz presente no painel e nas quatro portas, além das várias inserções de couro por toda parte.

Há espaço para quatro adultos viajarem sem maiores apertos, mesmo no banco traseiro. Tanto a cabeça quanto os joelhos dos passageiros ficam bem acomodados. O porta-malas tem capacidade para 470 litros.

O motor 2.0 aspirado teve um pequeno decréscimo de 2 cv de potência, quase imperceptível, que resultou em 175 cv. O torque continua praticamente o mesmo, desenvolvendo 21,4 kgfm. Já o câmbio CVT de 10 marchas não teve alterações.

Dirigibilidade continua sendo um ponto forte. O Corolla responde bem aos comandos do motorista, ainda que o torque cheio apareça apenas em 4.400 rpm. Há disposição suficiente para encarar subidas e ultrapassagens sem maiores sufocos. A Toyota divulga que o Corolla pode acelerar de 0 a 100 km/h em 9,2 segundos (mantendo os números da versão 2023) e tem velocidade máxima de 205 km/h.

A redução da potência permitiu que o Corolla 2024 ficasse ainda mais econômico. Segundo o Inmetro, o sedã pode marcar 8,6 km/l na cidade e 10,7 km/l na estrada com etanol (antes eram 8,3 km/l e 9,8 km/l, respectivamente). Com gasolina, os números saltam para 12,3 km/l na cidade e 14,9 km/l na estrada (antes eram 11,9 km/l e 14,2 km/l).

Vale lembrar que o motor 2.0 funciona em ciclo Atkinson, em que a fase de abertura da válvula de admissão dura mais tempo e permite que o fluxo de ar seja revertido diretamente para o coletor.

Para reverter uma possível perda de força, a Toyota utiliza um sistema de injeção direta e indireta, combinadas. Outra sacada está na transmissão CVT, que tem uma primeira marcha dotada de engrenagens para melhorar o seu desempenho ao sair da inércia.

Um ponto delicado, e que exige bastante atenção, é o ângulo de ataque. Por causa do para-choque mais encorpado, o Corolla GR-S raspa com certa frequência em valetas, lombadas e saídas de garagem. Nada que um pouco de precaução não resolva…

O acerto de suspensão é excelente, tanto para o uso urbano quanto rodoviário, mas o Corolla ainda sofrerá nas ruas mais esburacadas. Sua direção é leve e favorece a manobrabilidade em vagas apertadas.

O Corolla GR-S 2.0 custa R$ 181.590, valor que o coloca no mesmo patamar de outras versões do sedã. O modelo Altis, por exemplo, custa R$ 182.990 com o mesmo motor 2.0. Agora, se o plano é adquirir uma versão híbrida, o Corolla Altis com motor 1.8 custa R$ 187.790.

Se o apelo despojado da versão GR-S te agrada, sobretudo com o teto-solar, vá sem medo. Mas pense com carinho sobre a versão híbrida, que custa apenas R$ 6.200 a mais vai te fazer economizar ao longo do ano.

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Fonte: direitonews

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