BYD Dolphin Plus tem mais autonomia e segurança, mas custa R$ 30 mil extras. Vale a pena?; teste


O BYD Dolphin é o novo popstar do Brasil. Basta o carrinho chinês desfilar no trânsito para que olhos curiosos o acompanhem. O motivo deste hype é o preço, uma vez que é possível comprá-lo pelo mesmo valor de um SUV compacto até em sua versão mais cara, a Plus.

Recém-chegado da China, o Dolphin Plus custa R$ 179.800 — ou seja, exatos R$ 30 mil a mais do que a versão de entrada, a Diamond, que parte de R$ 149.800. Autoesporte teve a oportunidade de dirigir uma unidade pré-série que foi usada em testes da marca. Descobriremos juntos se a nova variante, com mais equipamentos, autonomia e potência, vale este investimento extra.

Você pode distinguir a versão Plus na rua de duas formas. A primeira é prestando atenção nas rodas, que são de aro 17 e têm formato exclusivo, com pegada esportiva. O Dolphin Diamond, por sua vez, tem rodas de 16 polegadas com estilo que remete a estrelas-do-mar.

Também é possível identificá-lo pelo teto panorâmico, mas mantive a cortina fechada na maior parte do tempo por causa da forte onda de calor naqueles dias.

O Dolphin Plus oferece carregador de celular por indução, piloto automático adaptativo, sistema de detecção de ponto cego, bancos com regulagens elétricas, assistente de faixas, alerta de tráfego cruzado dianteiro e traseiro com auxílio de frenagem e sensor de pressão dos pneus. Estes equipamentos não estão disponíveis na versão básica nem como opcionais.

O pequeno chinês tem câmeras espalhadas pela carroceria que compõem o assistente de manobra —a câmera com visão 360° ajuda muito. Algumas delas integram o sistema de reconhecimento de placas de velocidade, ou seja, o Dolphin sabe qual é o limite da via e emite alertas sonoros constantes caso ela seja excedida. Acredite, é bem irritante. Ao menos é possível desabilitar a função na central multimídia.

O acabamento do Dolphin Plus é mais caprichado que o da versão de entrada. Há bom aproveitamento de materiais emborrachados e revestimentos de tecido. Seu painel incorpora um layout bem resolvido que dá bastante destaque para a central multimídia giratória com tela de 12,8 polegadas. Mas, por se tratar de uma unidade pré-série, algumas funções estavam desabilitadas (como o karaokê e o Apple CarPlay).

Por mais que o painel de instrumentos seja pequeno, as informações projetadas são bem legíveis. É possível configurar o layout de acordo com as preferências do motorista.

O Dolphin tem 2,70 m de distância entre-eixos. Passageiros de estatura mediana não vão sofrer no banco traseiro, mas o aproveitamento lateral para os ombros poderia ser melhor. O porta-malas de 345 litros é bom para um carro dessa categoria.

Esperava que o Dolphin Plus fosse mais arisco que sua versão de entrada. Porém, no geral, os hatches são parecidos, por mais que a diferença de potência e torque seja expressiva. Aqui temos 204 cv de potência e 31,6 kgfm de torque, enquanto o Dolphin Diamond tem apenas 95 cv e 18,3 kgfm.

Evidentemente, a versão Plus tem mais vigor e disposição que a Diamond — afinal, são quase 110 cv a mais. Mas chamar este Dolphin de “esportivo” seria forçar a barra.

Pisando fundo com o modo “Sport” ativado, o hatch chinês vai de 0 a 100 km/h em 7 segundos. Há fôlego suficiente para encarar subidas e ultrapassagens sem grande esforço. Ao passar para o modo “Eco”, o Dolphin muda radicalmente o seu comportamento dinâmico, pois passa a ser menos responsivo para economizar energia (sobretudo quando o ar-condicionado está ligado).

A suspensão também está um pouco mais rígida para compensar o incremento de potência e torque, mas continua adequada para rodar na cidade. Tinha preocupações sobre o ângulo de ataque e o vão livre do solo, pois a bateria está mais pesada. O Dolphin, porém, enfrenta lombadas, valetas e saídas de garagem sem raspar.

O motor elétrico é abastecido pela bateria de 60,5 kWh. Ela proporciona 330 km de autonomia segundo o Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV) e 427 km em ciclo WLTP. Para entender a diferença entre os métodos, clique aqui.

Em estações de recarga rápida do tipo DC, a bateria do Dolphin pode recuperar 80% de sua capacidade em apenas 25 minutos. Ao adquirir o hatch, o proprietário também receberá um carregador residencial do tipo wallbox de 7 kW. Nessa condição, a recarga completa pode levar até oito horas.

O BYD Dolphin Plus está 16,7% mais caro do que a versão Diamond. Pela quantidade de equipamentos e assistências oferecidas, a diferença é condizente e razoável. A Volkswagen, por exemplo, cobra R$ 7.280 só para adicionar um teto-solar panorâmico ao T-Cross.

Sua autonomia, porém, é apenas 12% superior (330 km contra 291 km, segundo o PBEV). Portanto, se você compra carro pensando na relação entre preço e alcance, tenha em mente que a diferença é de míseros 39 km.

Em qual cenário eu compraria o Dolphin Plus? Pelos equipamentos extras, apenas se fosse meu único carro. Como os donos de elétricos normalmente têm outro modelo a combustão (ou até híbrido) na garagem, creio que o Dolphin Diamond de R$ 149.800 é mais do que suficiente.

Ele não tem assistências ao motorista e equipamentos mirabolantes, mas é competente no que se propõe. Estamos falando de um compacto barato e econômico para aqueles que dirigem de segunda a sexta e usam outro carro (mais espaçoso, claro) para curtir o fim de semana com a família. Pense bem em como pretende utilizá–lo e faça a melhor escolha de acordo com seu perfil.

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Fonte: direitonews

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