A polêmica proposta do Federal Reserve (bc ianque), de ampliar as exigências de capital dos bancos detentores de ativos acima de US$ 100 bilhões – a título de ‘amparar o mercado financeiro estadunidense, em momentos de estresse – deflagrou a alta de 4% dos rendimentos dos papéis do Tesouro dos EUA (Treasuries), o que impulsionou o avanço dos juros futuros, em especial, de médio e longo prazos, na sessão desta quinta-feira (27).
No front interno, cresce a expectativa de analistas quanto à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) em relação à taxa básica de juros (Selic), na reunião da próxima semana, com predominância de apostas por um corte de 0,5 ponto percentual – para o patamar de 13,25% ao ano, já.
Refletindo tais fatores, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 subiu de 12,592%, no ajuste de ontem, para 12,600%; a taxa do DI para janeiro de 2025 cresceu de 10,57% para 10,63%; a do DI para janeiro de 2027 passou de 10,12% para 10,21%, e a do DI para janeiro de 2029 aumentou de 10,52% para 10,61%,
Para o economista do Banco Modal Rafael Rondinelli, “hoje estamos seguindo os Treasuries, que têm abertura forte em função do PIB dos Estados Unidos, condizente com a avaliação do Federal Reserve, ontem, de que não vê recessão no país”.
Segundo Rondinelli, a pressão sobre as taxas da B3 (B3SA3) – a bolsa brasileira – não foi tão intensa como na curva dos EUA, pois o Brasil, ao contrário dos Estados Unidos, está prestes a iniciar o ciclo de quedas da Selic.
“O impacto aqui é menor, até porque as chances de uma redução de 0,5 ponto porcentual vêm crescendo”, comentou o economista do Banco Modal, para quem “lá [nos EUA] a atividade desacelera acelerando e aqui, os dados de atividade claramente mostram arrefecimento”, ao citar a queda de 2% do IBC-Br em maio e os dados de hoje do Caged, abaixo do consenso, de criação de 157.198 vagas, abaixo da mediana das estimativas (162 mil vagas).
A expansão da economia dos EUA no 2T23 superou o consenso do mercado, que esperava um aumento menor, entre 1,8%, de 2%. Na parte da tarde, a tensão tomou conta da sessão, por conta da reação negativa dos bancos à proposta do Fed de aumentar as exigências de capital, o que também teria aberto uma divergência entre os dirigentes da autoridade monetária. Para piorar a situação, o Banco do Japão (BoJ) deu sinais de que pretende ajustar sua política de controle da curva de juros.
Fonte: capitalist