CPI da Telefonia identifica déficit de quase duas mil antenas em MT


Levantamento de dados preliminares da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Telefonia Móvel apontam um déficit de 1.920 antenas em Mato Grosso. A insuficiência dos serviços em termos de número de antenas por habitante toma por base critérios da Associação Brasileira de Infraestrutura para Telecomunicações (Abrintel). 

De acordo com a Abrintel, é aceitável o número de 1000 habitantes por antena, o que não é praticado em Mato Grosso, uma vez que 1.641 antenas estão atualmente instaladas no território mato-grossense, conforme levantamento feito junto a Conexis, entidade que reúne as empresas de telecomunicações e de conectividade. O ideal para a atender a população de todo o estado seria o funcionamento de 3.557 antenas.

Em Cuiabá, o déficit é de 208 antenas. Atualmente com 623.614 habitantes, a capital possui apenas 416 antenas, quando o ideal seria 624. Outros municípios com maior densidade populacional também ficam para trás no quesito tecnologia. Várzea Grande com 290.383 habitantes desfruta do sinal de apenas 136 antenas, quando o ideal seria 290. Rondonópolis, terceira maior cidade do estado, precisaria de 236 antenas, mas hoje apenas 136 estão instaladas no território da cidade, 100 a menos do que é recomendado.

Em situação mais crítica, Colniza, com 41.117 habitantes deveria possuir 41 Estações de Rádio Base e atualmente apenas três estão instaladas. Em Vila Rica não é diferente, com a necessidade de 26 antenas, só existem três para atender a população de 26.496 habitantes. Campinápolis com 16.919 habitantes possuí apenas 2 antenas, quando 17 seria o ideal e Juara com 35.275 mil habitantes conta com apenas 5 antenas quando precisaria de 35.

Cidades do extremo norte do estado despontam com os maiores déficits proporcionais, como Peixoto de Azevedo com 6 torres quando o número ideal seria 36 e Guarantã do Norte com 7 torres quando precisaria de 36 para atender os 36.130 mil habitantes. Em Água Boa o problema é ainda maior, apenas 7 antenas cobrem a demanda por telefonia móvel, quando o ideal seria 26 antenas para emitir sinal de telefonia móvel para os 25.721 habitantes.

Além do déficit, o problema pode ser mais profundo, uma vez que cidades, teoricamente com número de torres próximo ao ideal, têm reiteradamente informado à CPI acerca das falhas e da ausência de sinal constante. Um exemplo é Santa Rita do Trivelato que demonstra ter 4 torres, sendo duas da operadora Claro e duas da Tim, mas na cidade apenas uma operadora funciona e com qualidade de sinal reduzida, de acordo com reclamações já protocoladas na comissão.

De acordo com dados fornecidos para a CPI, não há nenhum pedido de licenciamento para novas torres junto às Secretarias Municipais e Estadual de Meio Ambiente.

“É visível a falta de investimentos por parte das operadoras de telefonia, e principalmente que o uso de frequências mais elevadas, como a de 5G, tornará o problema ainda mais grave. Nessas frequências, cada antena consegue cobrir áreas geográficas cada vez menores, exigindo maior número de antenas instaladas”, ressalta o deputado estadual Diego Guimarães (Republicanos). 

Fonte: al.mt.gov

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