Elevação incerta do teto da dívida dos EUA mantém petróleo em baixa


Em meio ao prolongamento do clima de incerteza quanto à elevação do teto da dívida dos Estados Unidos, assim como das dúvidas a respeito da continuidade da demanda global da commodity, os contratos futuros do petróleo apresentaram queda, em média, de 4%, nesta terça-feira (30), em meio à desconfiança dos mercados quanto à uma mudança da Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados) – que realiza reunião na próxima semana – em favor de novos cortes de produção.

Reflexo do viés negativo que cerca o insumo energético, o contrato do tipo WTI (referência ianque) com vencimento em julho fechou em baixa de 4,42% – recuo de US$ 3,21 – a US$ 69,46 o barril, negociado na New York Mercantile Exchange (Nymex), ao passo que o tipo Brent (referência global) baixou 4,40% – recuo de US$ 3,39 – a US$ 73,71 o barril, negociado pela Intercontinental Exchange (ICE). A performance da sessão de hoje (30) é simbólica da tendência de desvalorização, a ponto de a commodity ficar abaixo de US$ 70, o que não ocorria desde 4 de maio último.

De acordo com a consultoria Hargreaves Lansdown, o alto grau de incerteza desse mercado se deve a muitas dúvidas a respeito do ritmo que será empreendido pelo Congresso dos EUA, tendo em vista aprovar a elevação do teto da dívida ianque, mesmo após o anúncio do acordo firmado entre o presidente estadunidense, Joe Biden, e seu colega da Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy.

Ao endossar a importância do avanço da matéria fiscal ianque, a consultoria Oanda também comentou que o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto da China deve atestar que a recuperação do gigante asiático ainda é uma meta distante, uma vez que sua economia ainda carece de ‘estímulos’.

Em outro foco de análise, a Oanda manifestou a expectativa de que o payroll (relatório mensal sobre quantidade de empregos criados ou perdidos no setor não agrícola) dos EUA mostre, na próxima sexta (2), um mercado de trabalho em desaceleração, além da perspectiva de o Fed (Federal Reserve, bc ianque) continuar o aperto monetário local, com vistas a ‘dobrar a inflação’.

Já o banco de investimentos Swissquote, por sua vez, assinalou que o dólar se mantém em patamar ‘forte’, o que serve para ‘conter o apetite’ dos investidores pela commodity, ante a expectativa de que a Opep+ anuncie cortes de produção, que sustentariam os preços do petróleo.

Fonte: capitalist

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