GABRIEL DANIELE
DA REDAÇÃO
A Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente realizou, nesta terça-feira (23/5), Audiência Pública para discutir a desapropriação de um imóvel de aproximadamente 21 mil metros quadrados localizado no distrito de Cidade Ademar, na zona sul, para a construção de um terminal urbano. A desapropriação está prevista no Decreto nº 62.221/2023, publicado em março.
A audiência atende requerimento do vereador Sansão Pereira (REPUBLICANOS), aprovado na reunião da Comissão na última quarta-feira (17/5). De acordo com o documento, “a área está localizada em região ocupada principalmente por imóveis residenciais e outros destinados ao comércio local”.
O vereador Atílio Francisco (REPUBLICANOS), que presidiu a audiência, contou que os vereadores estão preocupados com a situação. “Estamos pensando nos impactos que o desemprego pode gerar. Nós não sabemos quanto tempo pode durar a construção e se vão trabalhar dentro do novo terminal profissionais da região ou de fora”, destacou vereador.
Já o vereador Rodrigo Goulart (PSD) falou da importância de entender os locais que serão desapropriados, embasados pela avaliação técnica. “A ideia é ter o maior impacto positivo e o mínimo de danos causados pela construção do terminal Jardim Miriam”, salientou o parlamentar.
Posição do Executivo
Segundo Jeanete Laginhas, superintendente de planejamento da SPTrans (São Paulo Transporte S/A), o novo terminal de ônibus Jardim Miriam vai auxiliar na organização e na estruturação das linhas da região da Cidade Ademar, com circulação de 155 ônibus por hora e está previsto no quadriênio do PDE (Plano Diretor Estratégico). “Nós consideramos que 227 mil pessoas vão se beneficiar pela infraestrutura, porque é o local onde as linhas se conectam”, explicou a superintendente.
Janaina Decarli, responsável pela Assessoria de Planejamento Ambiental da SPTrans, destacou que o pedido para a ampliação do serviço de transporte se dá por conta da maior mobilidade dos ônibus em relação a outros modais, como metrô e trem. Ainda segundo ela, o serviço atende, em maior escala, a população de baixa renda.
Da mesma forma, Michael Castelo, superintendente de Infraestrutura da SPTrans, garante que há preocupação com o desenvolvimento da sustentabilidade social e, principalmente, em minimizar o número de desapropriações possíveis. “A ideia é que seja estudado a implantação de painéis fotovoltaicos para que possamos gerar energia de forma socioambiental e minimizar os impactos na região. Vamos tentar implantar o melhor projeto possível atendendo a todos de forma dinâmica”, explicou.
Participação popular
A população presente na audiência contestou o estudo para implantação do terminal. Para o comerciante da região, Fábio Lima, a não construção do terminal de ônibus é uma das opções viáveis para resolução deste problema. Além disso, o morador contou que há um projeto, produzido pelos munícipes e entregue para o vereador Atílio Francisco, com cinco opções de locais para a construção do novo terminal urbano e que geraria menos impacto na região de Cidade Ademar.
“Apontamos opções que trariam menos impacto do que a área onde está sendo proposta a construção do terminal. Essa construção pode deixar 2 mil pessoas desempregadas e essa ação vai contra a atual campanha da Prefeitura que diz para se trabalhar próximo de casa”, ressaltou Fábio Lima.
Já Hog Scarpellini, também comerciante, avaliou o local como impróprio para a implementação, contrariando o estudo da SPTrans. “O local que eles escolheram está banhado por um córrego extremamente poluído e nós sabemos que nada pode ser construído em terreno contaminado”, finalizou o comerciante.
Participaram da audiência os vereadores Arselino Tatto (PT), Atílio Francisco (REPUBLICANOS), Fabio Riva (PSDB), Marlon Luz (MDB) e Rodrigo Goulart (PSD).
Para conferir a Audiência Pública na íntegra, clique no vídeo abaixo:
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