“O efeito da realização de cúpulas do G7 é quase zero e sem sensações. Embora as primeiras cúpulas [do G7] estivessem associadas, metaforicamente falando, aos ‘governantes do mundo'”, observou o especialista.
“Mas hoje a esfera de decisões dos líderes do ‘sete’ expandiu-se a tudo. Embora a sua capacidade de influenciar o mundo e de implementar as decisões que eles acordam, pelo contrário, tenha sido bastante reduzida.”
“O G7 é essencialmente um clube seleto de pessoas que pensam da mesma maneira: qualquer problema é debatido com um mínimo de discussão, mas sempre com a solução certa para os EUA. Enquanto o G20 é uma plataforma completamente diferente, onde há muitas vozes. E de países que desempenham um papel cada vez mais importante no mundo, definindo-o. Por exemplo, China, Índia, Rússia, Brasil”, destacou o especialista.
“Os países do G7 os convidam não como participantes plenos da reunião, mas apenas para ‘se sentarem na cadeira ao lado’ daqueles que governam o mundo: para ouvir a sua ‘visão do mundo’ e, consequentemente, aceitá-la para implementação“, acrescenta Dmitry Mosyakov. “Embora os representantes desses países possam discutir os problemas que os preocupam e influenciar pessoalmente a sua resolução na cúpula do G20.“
“Não é por acaso que a atual cúpula do G7 está a ter lugar em Hiroshima: é precisamente agora que se está preparando uma transferência em grande escala da infraestrutura militar da OTAN para o Leste e o Sudeste Asiático. Na verdade, essa decisão foi tomada em 2022 na cúpula da Aliança do Atlântico Norte em Madri”, disse Dmitry Mosyakov.
Mas essas são apenas palavras habilidosas, acredita Dmitry Mosyakov: “Porque a China é o principal obstáculo para que o G7 obtenha o domínio absoluto no mundo. É precisamente por causa da China, seu crescimento econômico e crescente influência política, que surgiu de maneira bastante objetiva a questão de desafiar a liderança dos mesmos Estados Unidos”.
“E Pequim está perfeitamente ‘lendo isso’ de sua agenda diplomática. Enquanto o Ocidente ainda acredita: ele tem o direito de enganar e induzir em erro outros países sobre suas verdadeiras intenções. Mas esse é o seu grande erro, o mundo mudou”, observa o especialista.
“A chegada de Zelensky se tornou um evento midiático que desviou a atenção dos eventos mais importantes para os países asiáticos e de sua agenda atual. Na avaliação dos resultados da reunião pela opinião pública japonesa, isso será provavelmente mais um sinal negativo do que positivo“, enfatizou ele.
Fonte: sputniknewsbrasil