Zelensky mostra desespero ao tentar agradar a Argentina de Milei, diz analista


Zelensky voou para Buenos Aires para a cerimônia de posse do novo presidente da Argentina, Javier Milei. O ucraniano já parabenizou Milei pela vitória nas eleições do mês passado e o elogiou por seu apoio à Ucrânia.
Embora não seja imediatamente claro até que ponto a Argentina vai poder ajudar a Ucrânia, tendo em conta a delicada situação econômica do país, a visita de Zelensky parece ser um movimento “lógico”, explicou Vinicius Vieira, doutor e pesquisador associado em relações internacionais na Universidade de São Paulo (USP) e professor associado da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP).
Segundo Vieira, Zelensky “teme claramente a derrota” no conflito ucraniano e está ansioso por procurar “um alinhamento”, especialmente agora que a atenção dos seus patrocinadores ocidentais parece estar mais focada na crise na Faixa de Gaza.
“A Argentina, embora longe de ser uma potência mundial, ainda é relevante em termos de peso político, de peso econômico, embora enfrente uma grande crise econômica”, observou Vieira. “E é claro que é membro do G20. E o G20 é hoje o principal fórum multilateral, superou até as Nações Unidas como principal fórum, onde se discutirá o destino da humanidade e do sistema internacional da família das nações”, pontuou ele.
O fato de Milei ter sinalizado a sua intenção de se alinhar com as potências ocidentais e não com os países BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e “outros clubes de potências emergentes, Estados em ascensão” também faz com que as ações de Zelensky pareçam razoáveis, salientou o acadêmico.
O novo presidente da Argentina, Javier Milei, acena ao fazer um discurso após tomar posse durante sua cerimônia de posse fora do Congresso em Buenos Aires, 10 de dezembro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 10.12.2023

Entretanto, Boris Martynov, doutor e chefe do departamento de Relações Internacionais e Política Externa da Rússia na Universidade MGIMO, argumentou que as probabilidades de Zelensky receber efetivamente ajuda dos Estados latino-americanos parecem bastante reduzidas neste momento.
Argumentando que é pouco provável que Milei desconsidere a posição de outros países latino-americanos — como o Brasil, o segundo maior parceiro comercial da Argentina — que se abstiveram de fornecer armas à Ucrânia, Martynov sugeriu que Zelensky está ficando desesperado porque os seus apoiadores norte-americanos e europeus aparecem cada vez menos entusiasmados em apoiá-lo.
“Esta é uma medida de Zelensky que beira o desespero”, disse Martynov à Sputnik.
Ele também destacou que os países latino-americanos, que “há muito se reconhecem como Estados soberanos independentes com seus próprios interesses no cenário internacional”, exibem hoje um maior grau de soberania do que os Estados-membros da União Europeia (UE), ao recusarem ser pressionados pelos Estados Unidos para apoiarem Kiev.

Fonte: sputniknewsbrasil

Anteriores F1: Hamilton gostou do que viu do W15 no túnel de vento da Mercedes
Próxima F1: Red Bull recebe reconhecimento do Parlamento Britânico por desempenho na última temporada