Xi Jinping resiste à pressão do mercado para intensificar esforços de estímulo na China, diz mídia


De acordo com o Financial Times (FT), milhares de delegados vão a Pequim para a sessão de abertura da Assembleia Popular Nacional (APN), o parlamento oficial da China. O primeiro-ministro Li Qiang deve entregar na terça-feira (5) um “relatório de trabalho” descrevendo metas para o crescimento econômico e gastos militares, bem como prioridades políticas.
Ao celebrar o 75º aniversário da República Popular da China, Pequim planeja lidar com múltiplos desafios geopolíticos, demográficos e econômicos que incluem a crise imobiliária vivida pelo país, a pressão deflacionária e o enfraquecimento da confiança dos investidores no rastro do que alguns analistas avaliam como protecionismo europeu e norte-americano às exportações da China, especialmente de veículos elétricos (VE).
A APN é o órgão legislativo do país onde são anunciadas mudanças de pessoal e direcionamentos das políticas de Pequim. Xi tomou posse para um terceiro mandato sem precedentes como presidente na sessão do ano passado, quando acusou os EUA de tentar “conter” e “suprimir” a China.
Depois do encontro entre o líder chinês e o presidente dos EUA, Joe Biden, em novembro de 2023, em São Francisco, analistas ouvidos pela mídia esperam que o tom de Xi seja mais moderado. O porta-voz da APN, Lou, disse que Pequim espera uma melhor cooperação com Washington após as próximas eleições nos EUA.
Guarda presidencial grega enquadrada pelos restos de uma bandeira da União Europeia, parcialmente queimada pelos manifestantes em Atenas, 1º de maio de 2013 - Sputnik Brasil, 1920, 15.02.2024

Os analistas acreditam que a meta de crescimento da economia nacional será estabelecida em 5%, conforme o valor do ano passado (5,2%), o mais baixo já registrado em décadas após a crise de abastecimento e produção decorrentes do combate à pandemia de COVID-19.
Para o membro do Centro de Análise da China do Instituto de Políticas da Sociedade Asiática, Neil Thomas, “o relatório de trabalho do governo terá como objetivo reavivar a confiança dos consumidores e das empresas […] através de medidas de estímulo e medidas de apoio ao setor privado”.
Thomas acrescentou ao FT que tais propostas seriam relativamente restritas. “Xi não parece estar em pânico e recorrendo a estímulos massivos ou novas abordagens para tentar relançar o crescimento. Xi vê as atuais oscilações econômicas da China como uma dor de curto prazo necessária para alcançar o ganho a longo prazo da sua visão de ‘desenvolvimento de alta qualidade'”.
Para analistas ouvidos pelo FT, um crescimento de 5% para Pequim pode ser atingido às custas de exceder a sua meta habitual de déficit fiscal de 3% do produto interno bruto (PIB) pelo segundo ano consecutivo. Embora isso normalmente fosse direcionado para infraestruturas e habitação através dos governos locais, alguns acreditam que Pequim deve investir mais dinheiro na indústria transformadora avançada.

Fonte: sputniknewsbrasil

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