Washington Post: todo o mundo testemunha o declínio dos EUA


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“O que aconteceu com vocês é assustador”, disse uma figura pública da Baviera em uma conversa com a colunista. “A América se tornou menor”, acrescentou.

O tema principal da conferência internacional na Escola Jurídica Bucerius em Hambrurgo, em que se reuniram dezenas de jovens líderes de todo o mundo, soa assim: “Enfrentando novas realidades: gestão global sob tensão”. Segundo a colunista estadunidense, “aos olhos de grande parte do mundo a luz norte-americana diminuiu.
O presidente Joe Biden fala da varanda da Sala Azul da Casa Branca - Sputnik Brasil, 1920, 31.08.2022

Embora os EUA ainda atraiam a atenção de todo o mundo e não deixem de ser uma grande potência, já fica claro, acredita Emba, que para muitos participantes da conferência – da Alemanha à Mongólia, de Gana à Ucrânia – “os EUA se tornaram um símbolo do declínio da democracia e desinformação, albergando cidadãos que reagem ao descontentamento rejeitando a realidade e instituições que estão cada vez mais se degradando”.

“Não queremos que pessoas que perderam o emprego devido às alterações climáticas no final se tornem votantes de Trump ou algo assim”, disse o ministro das Relações Exteriores de um dos países europeus durante uma discussão sobre transformação econômica em meio às alterações climáticas.

“Eu pensei em me estabelecer nos Estados Unidos”, confessou uma das participantes da conferência, funcionária das Nações Unidas. “Mas não podia imaginar a vida em um lugar onde os meus filhos teriam que passar por treinos para possíveis tiroteios escolares“, acrescentou.
Joe Biden, presidente dos EUA, recebe notícia de que o projeto de lei CHIPS plus passou a Câmara dos Representantes no Prédio do Escritório Executivo de Eisenhower, perto da Casa Branca, Washington, EUA, 28 de julho de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 03.08.2022

Assim, antes tais produtos como a Coca-Cola, calças de ganga Levi’s e jazz, além de tais valores como a liberdade, direitos civis e a supremacia da lei, estavam no topo da lista das “exportações” norte-americanas. Contudo, hoje em dia os EUA são mais conhecidos no mundo por sua interminável violência armada e tiroteios em escolas.

“A reputação dos EUA tem se deteriorado ao longo de, pelos menos, duas décadas. Durante a guerra do Iraque, enquanto todo o mundo zombava da política externa da doutrina Bush, os turistas norte-americanos no estrangeiro, para não serem humilhados, fingiam ser canadenses, o que se converteu em um cliché”, diz a colunista.

Segundo Emba, após as eleições de 2016, os líderes europeus avisaram que já não podiam contar com os EUA como um parceiro confiável na área de defesa e segurança. Além disso, recentemente por todo o mundo foram divulgadas declarações provocativas do candidato ao Senado pelo estado de Ohio J.D. Vance: “Tenho de ser sincero com vocês: o destino da Ucrânia não me importa nada. A jornalista supõe que tais palavras demonstraram que os EUA se esforçam muito para evitar cumprir os seus compromissos internacionais, descartando cada vez mais a sua liderança global.
Bandeiras dos países membros do BRICS (imagem de arquivo) - Sputnik Brasil, 1920, 28.06.2022

“Enquanto os EUA estão enfraquecendo, os nossos concorrentes – uma China aparentemente imparável e uma Rússia imprevisível e agressiva – estão esperando avidamente sua hora.”

Em 2008, Fareed Zakaria escreveu: “A nível político-militar, ainda permanecemos em um mundo de uma única superpotência. Contudo, em todas as outras dimensões – industrial, financeira, educacional, social, cultural – a distribuição do poder está mudando, se afastando da supremacia norte-americana”.
Em 2022, concluiu a colunista do The Washington Post, tal avaliação do mundo “pós-norte-americano” passou da teoria para a realidade.
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