Volvo vai aumentar preços com a volta do imposto de importação; EX30 ficará mais caro antes da estreia


A Volvo apresentou sua estratégia para lidar com o retorno do imposto de importação para carros elétricos e híbridos anunciado pelo Governo Federal no último mês. Para 2024, ano em que os consumidores (e fabricantes) irão enfrentar a volta paulatina dessa cobrança, a montadora sueca afirma que irá repassar uma média de 7,7% da “nova” alíquota para o consumidor final.

Em outras palavras, o carro eletrificado já tem data para ficar mais caro. E pior: com o lobby sustentado por… fabricantes de carro. Em especial, as montadoras afiliadas à Anfavea, a associação dos fabricantes.

Privilegiando o volume de vendas, a Volvo, neste primeiro momento, vai adotar táticas diferentes para seus carros elétricos. O EX30, que chega em meados do ano que vem, terá um repasse menor de imposto que o de XC40 e o C40.

A fabricante estipulou a alíquota de 5% para o inédito SUV de entrada que tem o objetivo de responder por mais da metade das vendas da Volvo em 2024. Quem comprou o modelo na pré-venda, inclusive, já sofrerá com o reajuste e terá que arcar com a diferença. O EX30 foi anunciado com preços entre R$ 220 mil e R$ 280 mil. Os novos valores devem ficar entre R$ 230 mil e R$ 295 mil. “Esperamos não perder nenhuma das 2.000 reservas do carro”, diz Marcelo Godoy, novo presidente da Volvo Brasil.

Já para os outros dois modelos da gama, a tarifa será de 10%. Vale lembrar que o imposto para carros elétricos será de 10% a partir de janeiro e 18% a partir de julho do ano que vem. O XC40, hoje, é vendido em duas versões: Plus (R$ 339.950) e Ultimate (R$ 399.950). Já o C40 tem preços entre R$ 354.950 e R$ 414.950.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), a majoração ainda contempla 25% a partir de julho de 2025 e atinge o pico de 35% em julho de 2026.

Um conjunto de fatores, dentre eles a margem de lucro, precisou ser revisto para “estancar” o imposto e não repassar a alíquota integral ao consumidor final. “Acreditamos que este formato seja o melhor para deixar claro ao mercado quais são os nossos objetivos comerciais, além de dar ao consumidor a tranquilidade para adquirir seu carro sem surpresas”, afirma Godoy, que assume a presidência da Volvo Brasil a partir de janeiro do ano que vem.

Godoy ainda refuta que o reajuste menor para o EX30, feito na China, onde há incentivos fiscais e o custo de produção mais barato, ajudou na decisão. “Globalmente a Volvo conseguiu produzir o carro na China, aliar escala com rentabilidade, mas esse movimento (de absorver parte do imposto) é mais vinculado a nossa ambição com este veículo para o Brasil”, finaliza.

Já para os veículos híbridos plug-in, caso dos SUVs XC60 e XC90, a marca sueca vai repassar 10% do imposto, previsto para 12% a partir de janeiro e que sobe em julho de 2024 para a casa dos 20%. O SUV médio tem preço inicial de R$ 419.950, enquanto o utilitário maior parte de R$ 554.950. No final do ano que vem, a Volvo vai lançar no Brasil a variante elétrica do XC90, conhecida como EX90.

De acordo com o Mdic, a taxa ainda vai a 28% a partir de julho de 2025 e chega aos 35% um ano depois.

Apesar de retomar o imposto de importação, o governo atribuiu uma cota para que as fabricantes possam trazer ao Brasil carros eletrificados sem pagar a alíquota. O governo já estabeleceu os valores totais, mas ainda não divulgou a divisão por fabricante.

A Volvo deve fechar 2023 com cerca de 8.000 carros emplacados no Brasil, a frente de concorrentes como Audi, Mercedes-Benz e Land Rover (só atrás da BMW no segmento premium). Porém, a meta para o ano que vem é para lá de ousada: 17.000 veículos.

O esperado é que mais de 50% desse número seja do inédito SUV EX30, que já acumula 2.000 reservas. Os automóveis elétricos ainda vão responder por 65% dos emplacamentos, segundo a empresa sueca.

Além do EX30, a Volvo comercializa a dupla elétrica XC40 e C40 no país. O restante do mix fica com os modelos híbridos plug-in, XC60 e XC90. Estes, inclusive, vão passar por uma profunda reestilização no ano que vem para se manterem atualizados.

Essa fase vai ser uma “passagem”, pois a eletrificação total já está nos planos da empresa. A ideia é vender apenas carros elétricos por aqui (no mundo), objetivo que deve ser alcançado antes da meta prevista para 2030.

Mesmo com a volta do imposto de importação para carros elétricos e híbridos, os planos de expansão da rede de concessionárias segue a todo vapor. Atualmente com 46 lojas, a Volvo planeja fechar 2024 com mais sete novas lojas, totalizando 53 pontos de venda e presença em todos os estados do Brasil.

A Volvo também aproveitou para anunciar seu novo presidente para o Brasil. Marcelo Godoy, de 43 anos, assume a vaga deixada por Luis Rezende, que vai assumir o cargo de head Global Importers e comandar uma operação de mais de 60 países. Na marca há 8 anos, Godoy chegou como gerente financeiro, e depois assumiu a diretoria da área para a operação do Brasil e depois para toda a América Latina.

“Foi uma transição trabalhada e desenhada. Se fosse há alguns anos atrás eu estaria bastante ansioso, mas agora me sinto preparado e tranquilo. Acredito muito em toda a estrutura que criamos aqui. O que me motiva é estar liderando algo que acredito, que é o futuro da indústria automotiva de forma eletrificada e ambientalmente sustentável”, diz o executivo, que assume o carga oficialmente em janeiro.

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Fonte: direitonews

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