Volkswagen Polo Track: 5 razões para comprar e 5 para pensar bem


O Volkswagen Polo Track é responsável por impulsionar as vendas diretas do, hoje, carro mais emplacado da montadora de origem alemã. Não à toa, é fácil ver o modelo rodando por aí como “automóvel de aplicativo” ou com algum logo de grande locadora colado na tampa do porta-malas.

Tanto que o modelo para nós, mortais, pessoas físicas, tem preço sugerido de salgados R$ 95.790. O valor pedido pode assustar (especialmente agora, com a chegada do Tera), mas o Volkswagen Polo Track tem os seus predicados. Justamente por isso, listamos aqui cinco razões que justificam a compra do hatch, e outras cinco que podem fazer o consumidor repensar e olhar para outros mares.

Este é um dos grandes trunfos do Volkswagen Polo Track. Tudo bem que o hatch compacto não tem ajustes do volante (a coluna é fixa). Mesmo assim, a posição para dirigir é excepcional e facilmente encontrada até mesmo para pessoas de maior estatura. Além disso, o banco tem revestimento simples, porém agradável, e forração adequada. Desse modo, o condutor não se cansa tanto em viagens mais longas.

As cinco primeiras revisões do Volkswagen Polo Track não são lá tão convidativas. Somadas, totalizam R$ 3963,65 — isso sem contar os itens de substituição necessária conforme quilometragem ou tempo. A título de comparação, um proprietário do Hyundai HB20, campeão do Qual Comprar 2025 na categoria hatch compacto, paga R$ 3.173 pelo mesmo serviço e tem à disposição seis airbags, central multimídia, câmera de ré e outras comodidades.

Mesmo assim, temos aqui de destacar que o conjunto mecânico do Polo Track é confiável e de manutenção simples. Vale lembrar que o hatch vem com motor 1.0 aspirado de três cilindros em linha, flex, que rende até 84 cv de potência a 6.450 rpm e 10,3 kgfm de torque a 3.000 rpm. O câmbio é manual de cinco marchas.

O motor da família EA211 tem correia dentada e não pede, por ser aspirado, atenção à turbo e outros itens mais caros e complexos. É um conjunto com peças acessíveis e que podem ser encontradas com tranquilidade pelos proprietários. Para completar, manutenções preventivas são mais do que suficientes para manter sua integridade.

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A caixa mecânica também não pede nenhum tipo de serviço mais mirabolante, com troca de óleo (caso necessário) em conta. Além disso, a embreagem tem boa durabilidade.

A suspensão (falaremos pouco mais sobre ela adiante) é independente McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira. Sistemas que não são complexos e têm poucas peças, que ainda por cima são fáceis de encontrar. Para completar, mecânicos estão mais do que habituados a trabalhar com esse tipo de conjunto.

De acordo com os dados do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV) do Inmetro, o Polo Track faz 9,3 km/l na cidade e 10,8 km/l na estrada quando abastecido com etanol. Com gasolina, as médias sobem para 13,5 km/l e 15,7 km/l, respectivamente.

Na primeira passagem do hatch por nossa garagem, registramos 9,7 km/l em ciclo urbano e 16,6 km/l no rodoviário com gasolina. Na segunda vez, conseguimos consumo misto de 13,2 km/l — e tudo isso com o ar-condicionado ligado.

O Volkswagen Polo Track tem porta-malas com capacidade para 300 litros. Mais do que adequado para o segmento, se levarmos em consideração os mesmo 300 litros de Fiat Argo e Hyundai HB20. Bate, vale frisar, com tranquilidade modelos com Peugeot 208 (265 litros) e Honda City (268 litros).

Ademais, o bagageiro tem bom acesso e acomoda bem malas e itens dos mais diversos formatos geométricos. A tampa, se levarmos em consideração o segmento, não é tão pesada e tem boa abertura.

O câmbio manual de cinco marchas é um dos destaques do Volkswagen Polo Track. Tem engates precisos e curso curto. As relações têm escalonamento voltado para uso urbano, mas nada que irrite em ciclo rodoviário. A embreagem, por sua vez, é bem dimensionada e bem calibrada.

Único porém é a ré. Caso você não esteja acostumado com um carro Volkswagen pode dar umas arranhadas no início da experiência. No entanto, este é um câmbio que casa com perfeição com o motor 1.0 do Polo Track e, como já mencionamos, tem manutenção simples. Uma beleza.

O Volkswagen Polo Track é um carro de uso urbano. Mesmo assim, sua lentidão pode incomodar. Em nossos testes na pista do Rota 127 Campo de Provas o hatch fez o 0 a 100 km/h em 16 segundos. Pois é. Por pouco não bate o Citroën Basalt Feel 1.0 manual, que cumpriu o mesmo em eternos 16,9 s.

“This is Sparta”. Aqui não tem jeito. Há plástico áspero ao toque por todos os lados. O Polo Track até tenta trabalhar com uma ou outra textura a fim de transmitir sensação de maior refinamento, mas não consegue triunfar neste quesito. Além disso, embora digno, o revestimento em tecido dos bancos deixa a simplicidade ainda mais em evidência.

O Polo Track já é um carro um tanto quanto “pelado”. Até tem o clássico “kit sobrevivência”, composto por ar-condicionado, direção elétrica, computador de bordo, volante multifuncional e rádio com Bluetooth. Sim. Rádio. Se você quiser a central multimídia VW Play terá de desembolsar R$ 1.710. Assim, o carro lhe custará “módicos” R$ 97.500.

O Volkswagen Polo Track até que cumpre bem sua função de te levar do ponto A ao ponto B, mas ele parece não gostar de facilitar as pequenas coisas. Tudo bem que o hatch conta com assistente para partida em subidas, o que ajuda (e muito) em cidades de topografia acidentada. No entanto, a ausência de câmera de ré e sensor de estacionamento em um carro que custa quase R$ 96 mil pode ser encarado como uma penalidade.

Eu, particularmente, gosto do acerto de suspensão do Polo Track. E não sou o único fã. No entanto, respeito se você não é adepto de sua calibração mais firme e do eixo de torção, que não consegue fazer milagres e é incapaz de absorver impactos especialmente ao passar por buracos ou valetas — como as inúmeras que temos espalhadas por São Paulo.

O conjunto não chega a oferecer desconforto para condutor e passageiros. Mas há de se admitir que, principalmente nas ruas mal pavimentadas do nosso país pode bater seco até demais. É uma característica que inerente ao projeto.

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Fonte: direitonews

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