Vitória da coalizão de centro-direita na Itália causa grande preocupação na União Europeia


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“Me parece que, tendo em conta as primeiras previsões, podemos dizer que os italianos deram uma indicação clara para formar um governo de centro-direita, liderado pelos Irmãos de Itália”, disse Meloni.

“Foi uma campanha eleitoral violenta e agressiva. Julgo que a difícil situação em que a Itália se encontra exige a contribuição de todos”, acrescentou.
Meloni lamentou o alto nível de abstenção nas eleições. Assim, o comparecimento não superou os 64%. Ao mesmo tempo, a política sublinhou uma tendência contrária: eleitores que antes nunca haviam participado de eleições desta vez decidiram ir às urnas.

“Agora, nosso desafio é recuperar a confiança dos italianos nas instituições estatais. É preciso recuperar os laços entre o Estado e os cidadãos. Se vocês querem se tornar parte da história, devem compreender sua responsabilidade perante dezenas de milhões de italianos, e nós não os trairemos. Se formos chamados para governar este país, vamos fazê-lo para todos”, defendeu Meloni.

Líder do partido italiano da extrema direita Irmãos de Itália, Giorgia Meloni, 23 de setembro de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 25.09.2022

Conforme os dados do Ministério do Interior italiano, a coalizão de centro-direita deverá vencer as eleições legislativas antecipadas, com cerca de 43% dos votos. O partido de Meloni demonstra o melhor resultado de todas as forças políticas, contando com o apoio de 26% dos eleitores.
Nas eleições para o Senado, mais de metade das cédulas já foi contada, com as forças de centro-direita obtendo 44,1% dos votos. Na votação para a Câmara dos Deputados já foi escrutinado cerca de terço das cédulas, com a direita obtendo 42,9%.
A coalizão de centro-esquerda conta até agora com 27% dos votos para o Senado e 27,6% para a Câmara dos Representantes. O seu partido principal, o Partido Democrático, por enquanto recebeu cerca de 20% dos votos.
A terceira força política popular é o Movimento 5 Estrelas, que até agora obteve 14,8% do apoio dos eleitores.
Adriano Crepaldi, presidente da Ação Cristã Evangélica da Itália e Giorgia Meloni, presidente do partido político Irmãos de Itália-Aliança Nacional (Fratelli d’Italia) - Sputnik Brasil, 1920, 25.09.2022

A vitória do partido Irmãos de Itália já foi saudada por vários políticos de centro-direita por toda a Europa. Assim, Marine Le Pen, líder do Reagrupamento Nacional francês, afirmou que a coalizão de centro-direita liderada por Giorgia Meloni obteve “uma vitória gloriosa”, apesar da pressão antidemocrática por parte da União Europeia.

“O povo italiano decidiu assumir a responsabilidade pelo seu destino, tendo eleito um governo de patriotas e defensores da soberania”, escreveu Le Pen na sua conta no Twitter. “Transmito as minhas felicitações a Giorgia Meloni e a Matteo Salvini por esta vitória gloriosa. Eles conseguiram resistir à pressão antidemocrática e arrogante da União Europeia”, salientou.

Nesse contexto, o Parlamento Europeu já expressou a sua preocupação pela chegada ao poder da coalizão de centro-direita. A vice-presidente do Parlamento Europeu, Katarina Barley, acredita que, caso a líder do partido Irmãos de Itália, Giorgia Meloni, assuma o cargo de primeira-ministra italiana, ela vai seguir o exemplo de políticos como o ex-presidente norte-americano Donald Trump ou o atual primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán.

“Giorgia Meloni se tornará primeira-ministra, enquanto Viktor Orbán e Donald Trump serão seus exemplos políticos”, disse Barley em uma entrevista ao jornal alemão Welt.

Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, fala na Sétima Conferência de Reabastecimento do Fundo Global, Nova York, EUA, 21 de setembro de 2022. - Sputnik Brasil, 1920, 24.09.2022

O deputado do Parlamento Europeu Tom Waitz, presidente do Partido Verde Europeu, diz que a União Europeia apenas pode funcionar de forma coordenada, enquanto Meloni pode se converter em “uma catástrofe para a Europa”.

“Os fundamentos e os valores comuns da União Europeia estarão em perigo se a Itália, que é a terceira economia europeia, acabar sob a pressão da coalizão de pós-fascistas e partidos de ultradireita”, afirmou.

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