Virabrequim: o que é, para que serve e principais problemas da peça


O motor a combustão dos carros têm diversas peças ditas vitais, pois são de extrema importância para o funcionamento do propulsor. E todos precisam estar em sincronia para que o veículo exerça a sua função, que é a de se locomover. Uma delas é o virabrequim.

Também conhecido como árvore ou eixo de manivela, a peça fica na parte de baixo do bloco, logo acima do cárter. “É o eixo principal do motor, que interliga todas as manivelas das bielas de cada pistão e que, junto ao volante de inércia, mantém a rotação estável do motor. Ele é apoiado em diversos mancais de lubrificação hidrodinâmicas muito precisas”, disse Erwin Franieck, diretor do Instituto SAE4Mobility,

O funcionamento é basicamente o mesmo para diversos tipos de carros. Segundo Franieck, geralmente o número de cilindros e o posicionamento deles são os maiores fatores de mudança do virabrequim.

Para motores V8, por exemplo, onde os cilindros ficam inclinados, há os de tipo plano e os cruzados. Cada fabricante costuma usar de um jeito, sendo mais comum o cruzado em motores americanos e o plano nos europeus.

Para quem não está familiarizado com o funcionamento de um motor, aí vai uma explicação bem simples, usando uma peça de quatro cilindros bastante comum no mercado brasileiro. É dentro de cada um deles que acontece a explosão da mistura de ar e combustível com o acendimento das velas.

Essa combustão causa o movimento vertical dos pistões, que empurram as bielas para baixo em movimentos alternados de dois em dois, ou seja, enquanto uma dupla de pistões está descendo, a outra está subindo para gerar o outro ciclo.

É aí que entra o virabrequim. Como as bielas estão ligadas à este eixo, ele gira em torno de si mesmo, transformando o movimento vertical em rotação. A uma das pontas está ligado o volante do motor. Essa peça é ligada à transmissão do carro, que manda esse movimento circular para as rodas e, pronto, movimenta o carro.

A outra ponta do virabrequim também é importante. A ela está ligada a correia dentada do motor, ou a corrente, dependendo do modelo. Esse movimento circular vai acionar os comandos de válvula, também essenciais para o funcionamento do motor.

Ele também é responsável por acionar a correia de acessórios. A essa peça normalmente é ligada equipamentos como o compressor do ar-condicionado e a bomba d’água do sistema de refrigeração do motor.

O virabrequim tem basicamente três formas de produção: fundição, forjamento ou usinagem. Na fundição, o aço é derretido e em seguida colocado nos moldes que depois são prensados e resfriados.

No forjamento, o bloco de aço é aquecido a elevadas temperaturas e conformado mecanicamente através de diversas etapas até adquirir a forma desejada. Em ambos processos, é necessário realizar uma etapa final de acabamento.

Na usinagem, que é caracterizado como o processo de fabricação mais caro e demorado dentre todos, o bloco de ferro fundido é somente usinado em diversas etapas para ser transformado em virabrequim.

A fundição, por ser o processo de mais baixo custo, acaba sendo o mais utilizado pela indústria em geral.

Por ser uma peça de suma importância, é preciso que o virabrequim funcione de maneira adequada e isso depende da manutenção preventiva de todo o motor, como trocas de óleo no tempo certo e do tipo indicado pelo manual do carro. Mas também há problemas específicos do eixo de manivela.

“Quando as folgas dos mancais aumentam, ou as forças de um motor turbo extrapolam o limite de torque, podem haver desgaste rápido e excessivo dos mancais, podendo incandescer e chegar ao ponto de travar e o motor entra em colapso total”, explicou Franieck.

Além do próprio virabrequim, essas falhas podem causar danos em outras partes do motor, como em pistões, bielas, mancais e até nas válvulas. O desgaste do eixo pode fazer com que a peça trave e isso significa que o motor fundiu. Neste caso, uma retífica completa será necessária e isso não fica barato.

Para ver se há algum indício desses problemas, o técnico aconselha a verificar a pressão de óleo, ver se existem limalhas (pedaços de ferro no filtro de óleo) e notar se o motor raja em acelerações com carga. Também é comum perceber vibrações acima do normal no funcionamento do motor, barulhos e aumento considerável no consumo de combustível.

Caso perceba um desses sintomas, o indicado é levar até um mecânico para verificar. Caso seja identificado desgaste na peça, é possível tanto retificar quanto trocar todo o conjunto.

“Geralmente o virabrequim permite alguns repasses se não houver um bloqueio. Existem recomendações de retíficas da parte de baixo do motor para esta análise”, disse. Além desses defeitos, Franieck afirma que falhas no eixo de manivela podem causar vazamento de óleo e perda do sincronismo com o sensor de rotação.

Com o motor original e a manutenção em dia, o normal é que o virabrequim dure toda a vida útil do motor. Por isso é importante fazer as trocas de óleo e de fluídos dentro do intervalo indicado pelo manual do proprietário.

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Fonte: direitonews

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