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A televisão estatal do Irã divulgou nesta segunda-feira (24) imagens de videomonitoramento em preto e branco que mostram o momento exato em que um ataque israelense atingiu a entrada da prisão de Evin, em Teerã. O local é considerado um dos símbolos mais emblemáticos do regime iraniano, conhecido por abrigar prisioneiros políticos e cidadãos com dupla nacionalidade utilizados como moeda de troca em negociações internacionais.
As imagens registram uma explosão que destrói um dos portões do complexo penitenciário. Embora as autoridades iranianas não tenham confirmado oficialmente, veículos de imprensa locais sugerem que o ataque pode ter sido feito com o uso de drones. O vídeo fornece evidência direta de uma ofensiva israelense no coração da capital iraniana.
Em nota, o Poder Judiciário iraniano informou que a “situação na prisão está sob controle” e que “todos os meios estão sendo utilizados para gerenciar o complexo penitenciário”. As autoridades reconheceram que partes da prisão foram danificadas, mas não divulgaram a extensão exata dos estragos.
Israel assume autoria do ataque
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, confirmou que o ataque à prisão faz parte de uma ofensiva mais ampla contra o que classificou como “agências de repressão do regime” iraniano. Em publicação na rede X (antigo Twitter), Gallant afirmou que as Forças de Defesa de Israel (FDI) “estão realizando ataques sem precedentes contra alvos do regime e estruturas repressoras no centro de Teerã”.
Além da prisão de Evin, os alvos incluem centros de comando da milícia Basij e da Guarda Revolucionária Iraniana — braço militar de elite do regime, subordinado diretamente ao líder supremo, aiatolá Ali Khamenei. Em nota, o Exército israelense afirmou que esses centros “são responsáveis por defender o território iraniano, suprimir ameaças internas e manter a estabilidade do regime”.
Símbolo da repressão
Localizada na região norte de Teerã, a prisão de Evin é um complexo fortemente protegido, conhecido internacionalmente pelas acusações de violações de direitos humanos. Lá, são mantidos prisioneiros políticos, jornalistas, ativistas, acadêmicos e estrangeiros detidos sob alegações de espionagem ou ameaça ao Estado. Estima-se que cerca de 20 cidadãos europeus estejam presos atualmente no local, muitos em casos que não foram oficialmente divulgados.
A prisão é alvo de sanções tanto dos Estados Unidos quanto da União Europeia, por seu papel central na repressão política do regime iraniano.
Escalada militar
Israel iniciou sua campanha militar contra o Irã em 13 de junho, com bombardeios a instalações nucleares e bases de mísseis. Desde então, os alvos se expandiram para incluir infraestruturas de comunicação, forças de segurança e instituições ligadas ao regime. A ampliação da lista de alvos levanta especulações sobre uma possível tentativa de Israel de desestabilizar — ou mesmo derrubar — o governo do aiatolá Ali Khamenei.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, tem classificado as capacidades militares e nucleares do Irã como uma “ameaça existencial” a Israel. A ofensiva marca uma escalada sem precedentes no conflito entre os dois países, intensificando os alertas internacionais sobre os riscos de uma guerra regional.
Fonte: gazetabrasil