VÍDEO: OAB aprova desagravo público à advogada agredida com spray de pimenta


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Via @metropoles | O Conselho Pleno da Seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF) aprovou desagravo público à advogada Samira Aline Lima Souza, que foi agredida com spray de pimenta por policiais militares do Distrito Federal. A decisão é da noite dessa quinta-feira (23/11). A OAB-DF também concluiu que será feito um ato público em Ceilândia, em solidariedade à advogada.

“Conceder o desagravo público à doutora Samira Aline é uma medida mínima que podemos fazer para reparar os imensos danos sofridos por ela e os atos de violência e constrangimento que ela sofreu na porta de sua residência, na sua comunidade, onde ela é tida como uma referência e uma defensora dos direitos de todos por meio da advocacia”, destacou a conselheira seccional e Diretora de Comunicação Raquel Cândido.

Em vídeos registrados pelos moradores no local, é possível ver os PMs usando spray de pimenta na advogada. Eles também puxaram a moça e tentaram entrar na casa de uma vizinha de Samira.

O caso ocorreu em fevereiro e a Ordem dos Advogados do Brasil do Distrito Federal havia decidido em maio apresentar notícia-crime contra o policial acusado de abuso de autoridade.

Veja vídeo:

“Ele me puxou com força, fiquei com medo que arrancasse a minha roupa”, contou a vítima sobre a agressão. Os PMs estariam na rua onde Samira mora para encerrar uma festa na vizinhança. Segundo a advogada, a polícia teria chegado de forma arbitrária às 17h, ordenando o fim da comemoração.

“As pessoas aqui sabem que sou advogada e me chamam quando tem uma situação que envolve polícia”, explicou Samira, que estava em casa quando uma vizinha foi pedir ajuda.

“Os policiais seguiram ela até a minha casa, quando ela se aproximou do portão, já me chamou falando que a polícia estava jogando gás de pimenta em todo mundo. Os policiais estavam tão agitados que jogaram spray de pimenta logo em mim”, reclama.

Samira relatou que, quando ouviu a movimentação, saiu de casa com a carteirinha de advogada na mão e se apresentando profissionalmente. “Por ser moradora de periferia, e o tratamento ser assim com todos lá, senti que estavam à vontade sem pensar em qualquer consequência”.

Nas imagens, ainda é possível ver outros moradores tossindo. “O gás lacrimogêneo se espalhou pela rua toda”. Em uma das imagens, uma moradora fala para levarem o neto de 5 anos a um hospital. A criança é autista e asmática e teria passado mal após o contato com a substância tóxica.

“Eu me assustei até porque tinha gente na rua, tinha movimentação. Jogaram nas crianças e em quem estivesse por lá”, contou.

Ocorrência

A advogada registrou um boletim de ocorrência denunciando a truculência policial, ocorrida em 26 de fevereiro. As investigações estão na 24ª Delegacia de Polícia (Ceilândia).

De acordo com a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), a Polícia Militar (PMDF) foi notificada sobre a versão apresentada pela comunicante, e, segundo a PCDF, a unidade apura os fatos narrados.

O MPDFT informou que a Promotoria Militar vai apurar o caso.

“Bundas moles”

Sobre a ação apontada como truculenta, a PMDF informou que, a corporação foi acionada às 18h, na data do ocorrido, e recebeu reclamações sobre a festa, intitulada “Baile da Graxa”. A Polícia Militar acrescentou que denunciantes relataram haver música alta, consumo de drogas e disparo de arma de fogo no evento.

Quando os militares chegaram à festa, foram foram chamados de “bundas moles” pelo dono do imóvel onde ocorria o evento, segundo a corporação. Essa mesma pessoa teria, também, xingado os PMs de “desgraçados” e “quebrados”.

A PMDF acrescentou que o responsável pelas ofensas sumiu em meio à multidão e que duas mulheres teriam jogado bebidas nos policiais.

Leia resposta na íntegra:

“Em 26/2, às 18h, a PMDF recebeu dezenas de ligações com reclamações de uma festa denominada Baile da Graxa, realizada na QNO 19 de Ceilândia. De acordo com as denúncias, além do som alto, havia consumo de drogas e disparo de arma de fogo no local. O organizador do evento se negou a abaixar o som. Ele passou a ofender os policiais, chamando-os de ‘desgraçados’, ‘quebrados’ e ‘bundas moles’, e se infiltrou no meio da multidão para evitar a prisão. Duas mulheres xingaram os policiais e arremessaram bebidas neles. Elas correram para uma casa quando foi dada a voz de prisão, originando a abordagem registrada em vídeo. O organizador do evento foi identificado posteriormente por meio de redes sociais. Foi aberto procedimento apuratório na Corregedoria da PMDF, para elucidação dos fatos.“

Jade Abreu e Isadora Teixeira
Fonte: @metropoles

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