Imagens das câmeras de segurança do hospital Santa Casa de Misericórdia de Rondonópolis (215 km a oeste) mostram o momento em que o soldado da Polícia Militar Cássio Teixeira Brito chega com o cabo do Batalhão de Operações Policiais Especiais Elder José da Silva para atendimento médico. Ambos são acusados de matar dois moradores de rua no dia 27 de dezembro da cidade.
A filmagem foi crucial para que a Polícia Civil chegasse até os dois suspeitos, como afirmou o delegado Thiago Damasceno em entrevista na sexta-feira (29). Isso porque o carro em que os policiais chegam ao hospital, uma Land Rover verde, é igual ocupado pelos atiradores que balearam o grupo de sem-tetos. Além disso, o paciente deu entrada na unidade logo depois do ataque a justificativa para o ferimento do policial foi muito descabida. Ele estava com um tiro na perna.
Na filmagem é possível ver a pressa com que Cássio sai do carro, pega a cadeira e transporta o colega. O passar por sinalização no pisto da unidade, ele quase derruba o ferido.
Uma denúncia feita à imprensa e à polícia disse que os dois estavam sob efeito de drogas e álcool naquele dia e saíram a esmo pela cidade em busca de vítimas. O delegado Damasceno classificou o ataque como “crime de ódio”, sem qualquer motivação.
Os dois policiais foram presos na sexta-feira, em Rondonópolis. Cássio alegou que perdeu a sua arma funcional e registrou o boletim de ocorrência. A suposta perda ocorreu um dia após os crimes.
O caso
Na madrugada da quarta-feira (27), um grupo de sem-tetos estavam reunidos em frente do Centro de Referência Especializado para Pessoas em Situação de Rua (Centro POP), quando os dois acusados passaram atirando.
Thiago Rodrigues Lopes, 37, e Odinilson Landvoight de Oliveira, 41, morreram no local. Outras duas pessoas ficaram feridas e foram encaminhadas ao hospital regional.
Fonte: gazetadigital