Nesta quarta-feira (24), a tensão tomou conta das ruas de Washington e do Capitólio durante o discurso do Primeiro-Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ao Congresso dos Estados Unidos. A manifestação contra a guerra em Gaza gerou confrontos com a polícia do Capitólio, que usou spray de pimenta para dispersar os manifestantes.
Os manifestantes queimaram uma bandeira dos Estados Unidos e um boneco de Benjamin Netanyahu bem na frente do Capitólio.
Os protestos começaram cedo, com milhares de pessoas se reunindo na capital dos EUA, carregando cartazes com mensagens como “Prisões para Netanyahu” e “Fim da ajuda dos EUA a Israel”. A polícia bloqueou a multidão com máscaras de gás e cercou a área ao redor do Capitólio, impedindo que os manifestantes se aproximassem do edifício. Seis pessoas foram presas na galeria da Câmara dos Deputados por interromperem o discurso de Netanyahu.
O primeiro-ministro foi recebido pelo presidente da Câmara, Mike Johnson, e por um grupo diversificado de convidados, incluindo ex-reféns israelenses e o bilionário Elon Musk.
Durante o discurso, Netanyahu defendeu a união entre Estados Unidos e Israel e pediu apoio contínuo para sua luta contra o Hamas e outros grupos armados respaldados pelo Irã. Ele criticou os manifestantes, chamando-os de “idiotas úteis do Irã” e ridicularizando a comparação com cartazes que promoviam a causa palestina. Netanyahu também comparou a situação atual com a Segunda Guerra Mundial, pedindo mais apoio dos EUA para acelerar o fim do conflito em Gaza.
O discurso de Netanyahu foi marcado por um intenso debate. Enquanto ele recebia aplausos de legisladores e membros do governo, diversos protestos ocorreram na galeria da Câmara. Entre os manifestantes estava a deputada Rashida Tlaib, que usou um kefiah e segurou um cartaz com a mensagem “Culpado de Genocídio”. Tlaib, crítica ferrenha do governo israelense, foi censurada no ano passado por suas declarações sobre a guerra.
A ausência notável na sessão foi a da vice-presidente Kamala Harris, que estava em viagem previamente agendada. No seu lugar, o senador Ben Cardin presidiu a sessão. Mais de 50 democratas e o independente Bernie Sanders boicotaram o discurso, refletindo a crescente divisão na opinião pública americana sobre a guerra em Gaza e a política israelense.
A visita de Netanyahu marca a quarta vez que um líder estrangeiro se dirige ao Congresso dos EUA, superando Winston Churchill. O discurso, que ocorre em um momento de crescente crítica à política israelense e à guerra em Gaza, sublinha as tensões políticas e diplomáticas em jogo.
Fonte: gazetabrasil