Via @portalmigalhas | O estudante de medicina Yuri de Moura Alexandre, que agrediu o ator e humorista Victor Meyniel, teve a prisão em flagrante convertida para preventiva, nesta segunda-feira, 5. A decisão foi do juiz de Direito Bruno Rodrigues Pinto, da Central de Audiências de Custódia do TJ/RJ.
Yuri foi preso em flagrante acusado de homofobia e agressão, no último domingo, 3. Além disso, pode responder também por falsidade ideológica, porque se apresentou à polícia como militar da Marinha, sendo que é estudante de medicina.
Na audiência, Victor alegou que conheceu o acusado na porta em uma boate e que ambos foram embora para o apartamento do acusado. Após troca de beijos, a outra moradora do apartamento chegou ao local, o que, de acordo com a vítima, fez com o Yuri apresentasse um comportamento agressivo e nervoso. Logo após este fato, o estudante teria expulsado Meyniel do local, passando a tratá-lo mal na área comum do prédio, momento em que a vítima afirmou a Yuri que “ele não precisava tratá-lo mal, uma vez que eles já teriam se beijado”.
Nesse instante, Victor alegou que o acusado ficou alterado por ter sua sexualidade exposta na frente do porteiro, e começou a gritar “Eu não sou veado, você que é veado!”, passando a agredir a vítima com socos no rosto e na cabeça, o que a levou a desmaiar. A vítima recobrou os sentidos e acionou a polícia, que, ao chegar, indagou o acusado, que se identificou como militar, apresentando um crachá do Hospital Central da Aeronáutica.
Ao analisar os fatos e o vídeo obtido pelas câmeras de segurança do prédio onde a agressão teria acontecido, o juiz determinou a prisão preventiva de Yuri, para garantia da ordem pública, em razão da elevada gravidade concreta do delito.
“O custodiado, de forma extremamente violenta e cruel, supostamente agrediu a vítima, desferindo contra esta vários socos no rosto e na cabeça, levando-a, inclusive, a perder os sentidos por alguns instantes, circunstâncias que demonstram a sua personalidade violenta e desequilibrada.”
Além disso, o magistrado ressaltou os fortes indícios nos autos de que o delito foi cometido por motivo fútil.
“O comportamento violento do custodiado contra a vítima se deu após esta publicizar a sexualidade do custodiado, ao questioná-lo, na frente do porteiro do prédio, o motivo de estar sendo tratado com descaso, já que ambos estariam “ficando” momentos antes.”
Por fim, o juiz concluiu que a extrema violência praticada pelo estudante contra a vítima se deu, em tese, por questões ligadas à orientação sexual, atitudes que precisam ser impreterivelmente repudiadas.
O advogado Ricardo Brajterman, do Candido de Oliveira – Advogados, e a advogada Maíra Fernandes, do escritório Maíra Fernandes Advocacia, atuam pela vítima.
- Processo: 0918630-71.2023.8.19.0001
Veja a ata de custódia.