SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Max Verstappen ultrapassou Lewis Hamilton a seis voltas do final para vencer o Grande Prêmio dos Estados Unidos de Fórmula 1, na tarde deste domingo (23), no Circuito das Américas. O campeão mundial precisou correr atrás do prejuízo após um erro da Red Bull no pit stop, mas fez duas ultrapassagens nas voltas decisivas da corrida para vencer sua 13ª prova neste ano.
A Red Bull conquista de forma antecipada seu quinto título de construtores da Fórmula 1 e põe fim ao domínio da Mercedes, que havia vencido os últimos oito. A equipe austríaca volta a ser campeã após nove anos, pois os títulos anteriores foram vencidos entre 2010 a 2013.
No entanto, a temporada ainda não acabou. Restam ainda três corridas: a do México, no domingo que vem (13); o GP do Brasil, em Interlagos, duas semanas depois; e por fim o GP de Abu Dhabi no dia 20. As principais disputas são pelo vice-campeonato de pilotos (entre Sergio Pérez e Charles Leclerc) e pelo quarto lugar dos construtores (entre Alpine e McLaren).
A temporada azarada de Carlos Sainz ganhou mais um capítulo nos EUA, pois a pole position conquistada no sábado (22) não passou da primeira curva da corrida. O espanhol largou mal, foi ultrapassado por Verstappen e, na tentativa de dar o troco, foi acertado por George Russell, rodou e teve que abandonar -os comissários entenderam que a culpa foi de Russell, que tomou cinco segundos de punição.
Verstappen abre distância
O abandono de Sainz abriu caminho para Verstappen consolidar sua liderança. O campeão mundial chegou a abrir 4,8s à frente de Hamilton antes de ambos pararem para trocar os pneus médios pelos duros -primeiro o inglês, e o holandês na volta seguinte. Foi aí que Leclerc apareceu entre os primeiros, em sua corrida de recuperação após largar em 12º por troca de componentes.
Bottas roda e ajuda Leclerc
Um vacilo de Valtteri Bottas na 19ª volta ajudou Leclerc, que ainda não tinha parado. Bottas perdeu a traseira do carro na entrada de uma curva, foi para a brita e provocou a entrada do safety car. A perda média de tempo nos pit stops caiu de 20s para 14s, o monegasco foi beneficiado e só não voltou na frente de Pérez, em terceiro, porque a Ferrari demorou um segundo a mais na troca de pneus.
Alonso decola e provoca novo safety car
O carro de segurança saiu e voltou à pista quase que imediatamente, na 21ª volta, porque Fernando Alonso e Lance Stroll bateram em uma disputa por posição. O espanhol ia passando o canadense, que fechou o espaço em cima da hora e fez Alonso decolar por alguns segundos. Por sorte, ninguém se feriu, mas Stroll teve que abandonar. Os dois serão companheiros de equipe no ano que vem, na Aston Martin.
Erro da Red Bull incendeia a corrida
Um problema na troca de pneus atrasou Verstappen na 36ª volta. Foram 11,1s no pit stop porque a pistola não travou o pneu dianteiro esquerdo e precisou ser trocada para poder liberar o carro. Ele perdeu a posição para Leclerc nos boxes e também para Hamilton, que já havia parado, e precisou voltar à pista para se recuperar.
Foram três voltas até Verstappen reaver parte do prejuízo e ultrapassar Leclerc. Ele chegou a colocar de lado na curva 1, mas o monegasco atrasou a freada para dar o troco e se manter à frente. Algumas curvas depois, porém, a reta oposta permitiu que o campeão mundial dessa vez passasse e fosse embora atrás de Hamilton, o grande beneficiado de toda esta confusão.
Final emocionante faz lembrar 2021
Depois de ultrapassar Leclerc, Verstappen foi atrás de Hamilton, seu antagonista da disputa do título mundial do ano passado. A diferença de 4,4s durou 12 voltas, e o holandês chegou à disputa pela liderança bem mais rápido do que o rival -mais veloz nas retas e com pneus médios, contra os duros de Hamilton.
A seis voltas para o fim, Verstappen enquadrou na curva 1 e ultrapassou. Hamilton ainda tentou dar o troco algumas curvas depois, mas não achou caminho. Os dois ficaram próximos até o final, ambos advertidos por exceder os limites de pista, e Verstappen levou mesmo a melhor.
Dias de luto na Red Bull
O final de semana da F1 foi marcado também pela morte de Dietrich Mateschitz, fundador e proprietário da Red Bull, que faleceu ontem (22) aos 78 anos. Em coletiva de imprensa, Verstappen se emocionou ao falar da importância de Mateschitz para sua carreira na F1.