Vereador terá que cumprir medidas protetivas por agressões e cárcere privado contra a esposa


Conteúdo/ODOC – Após 23 anos de agressões, a esposa do vereador de Ribeirão Cascalheira, José Soares de Sousa (MDB) conhecido como Zé Fadiga conseguiu medida protetiva para que ele não se aproxime mais dela. Ele permaneceu apenas um dia preso após ela ter coragem e denunciar ser vítima de agressões físicas e cárcere privado. Preso na sexta-feira (21), ele foi solto no dia 22 de junho, após audiência de custódia.

O delegado pediu prisão preventiva, mas o Ministério Público foi contra, mas favorável a instalação de tornozeleira eletrônica, comparecimento mensal, afastamento do lar, e as condições deferidas na medida protetiva de urgência.

Já o magistrado destacou que a tornozeleira não era necessária por se tratar de um homem público, e autorizou apenas a medida protetiva e deu a liberdade a ele. “Conclui-se, portanto, o ordenamento jurídico vigente traz a liberdade do indivíduo como regra”, disse o magistrado que reconheceu que conduta do vereador é reprovável.

Na representação do delegado Diogo Jobane Neto, ele diz que a esposa do vereador compareceu a delegacia ao lado do irmão para colocar fim ao ciclo de violência. Ela contou ao delegado que é casada com Zé Fadiga há 23 anos e têm três filhos, sendo dois biológicos e uma filha adotiva. Ela relatou também que durante todo esse tempo de casamento foi vítima de agressões físicas e psicológicas por parte de José.

A mulher é agredida com pancadas na cabeça, xingamentos e constantes ameaças. Há seis meses, ela era mantida em cárcere privado. Ele instalou câmeras na residência para monitorá-la e colocando pessoas na rua para vigiá-la caso saia de casa. A declarante só pode sair na companhia de José ou de sua filha, que é instruída a vigiá-la.

Ela temia o marido e por isso nunca o tinha denunciado, embora já tivesse tentado se separar dele duas vezes. No dia 21 de junho de 2024, o suspeito voltou a ameaçar a vítima, mas ela, com o apoio de seu irmão, decidiu procurar a polícia.

No dia 14 de junho, ela apanhou de novo do marido e conseguiu pedir ajuda a um primo, usando o celular da filha, pois ela era impedida de falar ao telefone. Além de ter acesso restrito à comunicação, ele não permitia que ela recebesse visitas de seus familiares.

Ela foi torturada após a conversa dela com o primo. Após uma reunião política, ela foi ameaçada pelo vereador por estar dando atenção a outra pessoa.

A reportagem de O Documento entrou em contato com a Câmara de Ribeirão Cascalheira nos três números no site da instituição, mas constavam como incorretos. Também entrou em contato com o escritório do advogado de defesa, mas ninguém atendeu as ligações. O espaço está aberto.

Histórico de violência

Em novembro de 2022, Zé Fadiga foi preso por porte de arma e extorsão onde estariam recebendo gado como forma de pagamento para liberar tratores agrícolas, que estariam na Aldeia Xavante apreendidos pelo Ibama. Ele estava com revólver 38, uma espingarda calibre 22, munições e carregadores de rifle calibre 22.

Já em março de 2020, o vereador foi detido por agredir um funcionário de um hospital em Ribeirão Cascalheira. Ele ainda deu socos e pontapés em policiais militares que tentavam detê-lo. Na delegacia, assinou Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e foi liberado. Na época, ele chegou alterado no hospital para ver a filha, agrediu o funcionário e depois os militares.

Fonte: odocumento

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