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O meio-campista Damián Bobadilla, do São Paulo, se pronunciou nesta quarta-feira (28) após ser acusado de xenofobia pelo venezuelano Miguel Navarro, do Talleres (Argentina), durante o confronto da última terça-feira (27) pela Copa Libertadores. Segundo Navarro, Bobadilla o teria chamado de “venezuelano morto de fome”.
Em um vídeo divulgado nas redes sociais, o jogador paraguaio admitiu que a tensão do jogo pesou e reconheceu ter se exaltado durante uma discussão com o adversário nos minutos finais. Embora não cite Navarro nominalmente, Bobadilla alegou ter sido ofendido primeiro.
“Olá a todos. Estou aqui para falar sobre o que aconteceu ontem à noite. Foi um jogo muito quente, um clima tenso durante todo o jogo. Depois do nosso segundo gol, tive uma troca de palavras com o jogador do Talleres onde fui ofendido primeiro, ele também me tratou com um pouco de desprezo. Nunca tive a intenção de discriminar ninguém, mas durante aquele momento quente acabei reagindo mal. Queria me desculpar publicamente e pedirei desculpa se encontrá-lo pessoalmente. Desculpas e abraço a todos”, declarou o jogador.
Nas redes sociais, Navarro fez um post denunciando a ofensa, escrevendo: “Gostaria de poder ter em minhas mãos a solução para a fome que meu país vive, espero que Deus me dê abundância para poder ajudar. Não acredito que se possa fazer muito contra a pobreza mental”.
O jogador argentino formalizou a queixa com um boletim de ocorrência no estádio. Por outro lado, Bobadilla deixou o local antes que a Polícia Militar pudesse localizá-lo para colher seu depoimento.
Durante a partida, Navarro foi visto chorando e discutindo após o segundo gol do São Paulo. Ao final do jogo, o atleta de 26 anos revelou a ofensa: “Eu estava dizendo ao árbitro para se apressar, porque precisávamos jogar. Aí, do nada, Bobadilla veio e me disse ‘venezuelano morto de fome’. Eu quis sair do jogo, mas, infelizmente, não tínhamos mais substituições. Não quis deixar meu time com um jogador a menos. Minha cabeça não estava mais lá naquele momento. A justiça deve ser feita, isso não pode continuar acontecendo”, disse Navarro.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que o atleta do São Paulo ainda não se apresentou à delegacia para prestar depoimento. Dois jogadores do Talleres, que ouviram a ofensa, e o árbitro da partida já foram ouvidos. A expectativa é que o atleta paraguaio se apresente à delegacia ainda nesta quarta-feira (28), mas ele também pode ser ouvido no próprio Centro de Treinamento do São Paulo, na Barra Funda.
A Polícia Civil de São Paulo, por meio da Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade), está investigando a acusação de xenofobia contra Bobadilla como injúria racial. A polícia solicitará as imagens do jogo ao São Paulo e realizará outras deliberações para esclarecer o caso.
Fonte: gazetabrasil