“A Venezuela, que já é extremamente sancionada pelos Estados Unidos, se coloca em uma posição desafiante de que não aceita esse tipo de expediente, de que o próprio país tem o direito dentro do seu território de assinar contrato com a empresa que quiser e, portanto, não reconhece qualquer tipo de ação extraterritorial. E é um exemplo que deve ser seguido em nível internacional, principalmente pelos países que têm algum tipo de sanção. Há muito tempo, a economia venezuelana já não depende tanto do comércio norte-americano […], mas é majoritariamente voltada para o leste, como China, Rússia, Turquia e Irã“, analisa.
Quanto petróleo a Venezuela tem?
“E se essas empresas se retirarem e esses postos de petróleo que estão concedidos à exploração pelo Estado venezuelano forem, por exemplo, preenchidos por empresas chinesas? Você entregaria a maior reserva de petróleo do mundo para o principal adversário geopolítico dos EUA?”, questiona.
Venezuela é símbolo de resistência contra as sanções?
“Inclusive com tentativas de assassinato do [presidente Nicolás] Maduro e, também, acusações de fraudes nas eleições. Os resultados nunca são reconhecidos, já que a direita nunca ganha”, defende.
Sanções contra a Venezuela violam o direito internacional?
“Com o passar do tempo, principalmente depois dos atentados de 11 de setembro [de 2001], esse mecanismo que nasce originalmente sobre a ideia de que a comunidade internacional tem responsabilidade pelas coisas que acontecem no mundo foi sendo transferido para uma perspectiva mais unilateral. Não são mais decisões do coletivo do multilateralismo, mas sem dúvida é uma afronta ao princípio de corresponsabilidade na gestão das relações entre os países”, explica.
Fonte: sputniknewsbrasil