Conteúdo/ODOC – O site O Documento obteve a lista dos advogados e policiais penais que foram alvos da Operação Caixa de Pandora, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), nesta quinta-feira (6). A ação apura um esquema de entrega de celulares e acessórios para presos na Penitenciária Central do Estado (PCE).
No total, são três advogados, 15 policiais penais, um assistente penitenciário e um ex-detento que sofreram mandados de busca e apreensão.
Entre os advogados está Fabiana Felix de Arruda Souza, que recentemente também foi alvo de outra operação, a Apito Final, que investigou um suposto esquema de lavagem de dinheiro proveniente do tráfico de drogas e orquestrado por Paulo Witer Farias Paelo, conhecido como WT. Veja a lista completa abaixo.
Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB/MT) criticou a operação afirmando que os advogados não têm como, se valendo da prerrogativa da profissão, de entregar aparelhos celulares, durante visitas aos detentos.
A Ordem ainda afirmou que o Gaeco não cumpriu a legislação (Lei 8.906 – Estatuto da advocacia e da OAB), que prevê que a Ordem dos Advogados seja informada sobre ações envolvendo advogados com 24h de antecedência.
Já a Secretaria de Estado de Segurança Pública informou que aguarda informações do Gaeco para definição e adoção imediata de medidas administrativas contra os policiais penais.
A operação
Conforme o Gaeco, a investigação identificou que servidores do Sistema Penitenciário facilitaram a entrada de aparelhos celulares e acessórios na PCE, os quais eram utilizados pelos presos.
Através dos dispositivos, os detentos praticavam e ordenavam vários crimes extramuros.
Consta ainda que o ingresso dos aparelhos se dava através de advogados, os quais se valiam da prerrogativa de sua profissão para entregar os aparelhos celulares, componentes e acessórios durante visitas aos internos no parlatório.
Os advogados investigados tiveram suspenso o direito de exercício profissional por decisão judicial.
As investigações revelaram também que um freezer novo contendo sinais de violação deu entrada na PCE com a finalidade de transportar em seu interior inúmeros aparelhos celulares.
A denominação “Caixa de Pandora” é uma metáfora usada para caracterizar ações que, menosprezando o princípio de precaução, desencadeiam consequências maléficas, terríveis e irreversíveis.
O Gaeco é uma força-tarefa permanente constituída pelo Ministério Público Estado de Mato Grosso, Polícia Judiciária Civil, Polícia Militar, Polícia Penal e Sistema Socioeducativo.
Veja os alvos:
Fabiana Félix de Arruda Souza (Advogada)
Elvira Kelli Almeida Cruz (Advogada)
Cleberson dos Santos Silva Schmit, vulgo “Binho” (Advogado)
Ronaldo Reis Gomes da Silva (Assistente Penitenciário)
André Magno da Silva (ex-detento)
Reginaldo Alves dos Santos, vulgo “Peixe” (Policial Penal)
Revétrio Francisco da Costa (Policial Penal)
Altamira Martins Brandão (Policial Penal)
Ronaldo do Carmo Reis (Policial Penal)
Jorge da Silva Moraes (Policial Penal)
Márcio Malan Soares Ferreira (Policial Penal)
Eudes Rodrigo Gonçalves (Policial Penal)
Paulo Sérgio Coelho (Policial Penal)
Matheus Henrique Pereira Noronha de Oliveira (Policial Penal)
Nelson Leite da Silva (Policial Penal)
Luiz Otávio Natalino, vulgo “Otaviano” (Policial Penal)
Elton do Nascimento Lima (Policial Penal)
Sérgio Luiz de Deus Carvalho (Policial Penal)
Marluce Cristina Pereira da Silva (Policial Penal)
Fernanda Arruda Pinheiro (Policial Penal)
Fonte: odocumento
