A queda de cabelo é um problema comum que gera desconforto e preocupação, especialmente em mulheres. Apesar de nem sempre estar relacionada a problemas de saúde, a perda dos fios deve servir de alerta se ocorre de maneira intensa e prolongada. Quando muitos fios caem e a situação parece não ter fim, a condição pode ser um sintoma de um problema de saúde e precisa ser investigada.
A principal causa para a queda de cabelo é o eflúvio telógeno, situação que ocorre quando os fios param de crescer e começam a cair devido a algum estresse pelo qual o organismo passou. Um episódio de eflúvio telógeno costuma durar até seis meses e passa sem a necessidade de tratamento.
O Metrópoles entrevistou a dermatologista Luanna Caires, que aponta quais são os principais problemas de saúde que resultam no rareamento dos fios.
1. Doenças infecciosas
“Após as doenças infecciosas temos um período de queda de cabelo acentuada porque nosso organismo prioriza outras regiões do corpo durante a recuperação”, explica Luanna Caires.
Segundo a médica, pacientes que tiveram doenças infecciosas como dengue e Covid-19 tendem a perder muitos fios durante os três primeiros meses da recuperação. Ela afirma que perder muito cabelo em períodos é o esperado, bem como recuperá-los sem a necessidade de tratamento. Caso o problema dure mais de três meses, a indicação é procurar um dermatologista. O profissional realizará exames e receitará medicamentos tópicos ou orais.
2. Disfunções da tireoide
Outro motivo de saúde que provoca a perda dos fios é o hipotireoidismo, uma das doenças endócrinas mais comuns. Quando essa disfunção da glândula tireoide acontece, há menor produção de hormônios do que o necessário ao organismo. O hipotireoidismo é identificado com exames de sangue, mas alguns sintomas comuns, além da queda capilar, são pele seca, cãibras constantes, unhas frágeis, batimentos cardíacos mais lentos e dor de cabeça.
Outras disfunções hormonais podem levar à perda capilar, especialmente quando há a ocorrência de mudanças bruscas ou situações de desequilíbrio emocional, como ansiedade intensa gerada por problemas familiares ou luto pela perda de uma pessoa querida.
3. Alopecia
Luanna Caires aponta que a queda capilar também pode ser causada pela alopecia. Ela pode ser autoimune (alopecia areata) ou genética (alopecia androgenética). “Em ambos os casos, o cabelo vai afinando e se tornando quebradiço; mas os dois têm tratamentos capazes de conter a piora da condição”.
Quando a alopecia é androgênica, os fios de todo o corpo vão ficando mais finos e o cabelo fica com a aparência de ralo, deixando o couro cabeludo visível. Quando não tratada, a única solução é realizar implantes capilares.
Já a alopecia areata é caracterizada pela formação de placas circulares onde não há mais crescimento dos fios. Ela faz com que o próprio organismo do indivíduo produza anticorpos que atacam os folículos capilares, levando à queda dos fios. Ela pode ser tratada com injeções de corticosteroides e uso tópico de minoxidil, mas a condição precisa ser avaliada antes por um dermatologista.
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4. Anemia
A anemia acontece quando a taxa de hemoglobina, proteína responsável pelo transporte de oxigênio no sangue, está baixa devido à falta de ferro, perda de sangue ou deficiência de vitamina B12. A situação é caracterizada pelo enfraquecimento geral do corpo, de forma que é normal sentir cansaço excessivo e apresentar enfraquecimento nos fios de cabelo, que passam a receber menos sangue e nutrientes.
5. Lúpus
Outra condição de saúde que pode levar à queda dos fios capilares é o lúpus, uma doença autoimune que faz o sistema imunológico atacar várias partes do corpo. Como consequência do enfraquecimento do sistema de defesa do corpo, muitas vezes a doença leva à morte dos folículos capilares e deixa o couro cabeludo ralo.
“Procurar tratamento em salão de beleza ou com tricologistas sem formação em dermatologia, como se fosse receita de bolo, não resolve. É necessário procurar um médico para realizar o diagnóstico preciso e receber orientações sobre o melhor tratamento”, ressalta Luanna Caires.
Devido à variedade de situações e causas que levam à perda dos fios, a recomendação é evitar iniciar tratamentos sem diagnóstico preciso.
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