A UE lançou um acordo provisório para fortalecer seu mercado de carbono, a principal ferramenta política do bloco para combater o aquecimento global, anunciaram a presidência tcheca do bloco e o Conselho Europeu, neste domingo (18).
O acordo, que ainda não foi formalmente adotado pelo Parlamento Europeu, também obriga os 27 Estados-membros da UE a acelerar o ritmo de redução de emissões por parte de suas empresas, de produtores de energia a siderúrgicas
A ministra tcheca do Meio Ambiente, Marian Jurecka, enfatizou em um comunicado que o acordo “nos permitirá atingir os objetivos climáticos nos principais setores da economia, ao mesmo tempo que garante que os cidadãos e microempresas mais vulneráveis sejam efetivamente apoiados na transição climática”.
O Conselho Europeu, por sua vez, referiu-se a 30 horas de negociações, durante as quais os negociadores da UE concordaram em elevar a meta geral de redução de emissões nos setores abrangidos pelo Sistema Europeu de Comércio de Emissões para 62% até 2030.
Além disso, o órgão também tomou a decisão de estabelecer um novo “teto global de emissões em dois anos, de 90 e 27 milhões de licenças, respetivamente, e aumentar a taxa de redução anual do limite máximo em 4,3% ao ano de 2024 a 2027 e 4,4 de 2028 a 2030“, de acordo com o comunicado do Conselho Europeu, segundo declaração do conselho.
A declaração apontou que os negociadores também decidiram o estabelecimento de um Fundo Social Climático para ajudar famílias vulneráveis, microempresas e usuários de transporte a lidar com os impactos de preços de um sistema de comércio de emissões para edifícios, transporte rodoviário e combustível para setores adicionais. Espera-se que o fundo de € 87 bilhões (cerca de R$ 489,3 bilhões) comece a funcionar em 2026.
Peter Liese, principal negociador do Parlamento Europeu, saudou o que descreveu como “a maior lei climática da Europa e, segundo alguns, do mundo”.
“Estamos obtendo muito pelo clima, uma grande quantidade de dióxido de carbono [CO2] economizada, pelo menor preço possível”, disse ele a repórteres neste domingo, argumentando que o novo acordo “dará uma enorme contribuição para combater as mudanças climáticas”.
Uma pesquisa do Eurostat mostrou, no final de setembro, que embora as emissões de gases de efeito estufa na UE tenham caído 32% entre 1990 e 2020, em setores como energia e manufatura, o setor de transporte do bloco rompeu a tendência, com um aumento de 7% nas emissões no mesmo período.
Fonte: sputniknewsbrasil