Conteúdo/ODOC – A polêmica em torno do o Projeto de Lei 1904/24, que define possíveis punições em casos específicos de aborto, tem gerado um alvoroço entre os parlamentares mato-grossenses no Congresso Nacional.
“Caso o PL 1904/24 seja aprovado, a mulher ou criança que engravidar em decorrência de um estupro e opte pelo aborto poderá ser presa por até 20 anos. Enquanto a pena para o estuprador é de até 10 anos. Deveríamos estar discutindo o aumento da pena para o abusador e não o contrário. Vamos punir a vítima duas vezes. Isso é inadmissível”, disse a parlamentar.
Conforme noticiado pelo Portal O Documento, a polêmica se estendeu quando Abílio Brunini, que é de extrema direita, afirmou que as mulheres que optam pelo aborto o fazem porque desejam “curtir a vida” e “viver de outra forma”.
O tema não foi bem aceito pela colega de parlamento e também deputada federal por Mato Grosso, Gisela Simona (União Brasil).
“Não podemos admitir que uma mulher estuprada seja punida e, pior ainda, com uma pena ainda maior que a do estuprador. É uma proposta que revitimiza as mulheres violentadas”, afirmou Gisela.
Segundo Gisela, crianças além de serem estupradas e engravidadas, podem ser presas se optarem pelo aborto. “As nossas crianças estão ameaçadas, as nossas meninas, as nossas mulheres e as famílias e é por isso que nós estamos lutando para que se respeite simplesmente o direito de todos poderem argumentar e terem a sua opinião ouvida pelo parlamento”, finalizou.
O Projeto de Lei 1904/24, conhecido como PL antiaborto, foi assinado por 33 deputados federais e teve sua tramitação aprovada em regime de urgência na quarta-feira (12), ficando apto para ser apreciado pelo plenário da Câmara de Deputados.
Fonte: odocumento