UFMT participa de estudo sobre espécies de plantas


Após 13 anos, a FEC retoma os estudos sobre a flora das RPPNs Cristalino para atualização da lista de espécies e coletas de novas amostras. O projeto “Flora das RPPNs Cristalino” é lançado neste dia 21 de setembro, Dia Internacional da Árvore. A primeira versão da lista foi produzida entre 2008 a 2010 pelo Programa Flora Cristalino desenvolvido pela Fundação Ecológica Cristalino (FEC).

A retomada da pesquisa será realizada em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e pela Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT) de Alta Floresta, através dos Herbários UFMT e HERBAM, respectivamente. As novas coletas já foram iniciadas pela bióloga, professora e pesquisadora da Universidade Federal de Mato Grosso, UFMT-Cuiabá, Dra. Ana Kelly Koch e pela bióloga, professora e pesquisadora da Universidade do Estado de Mato Grosso, UNEMAT – Alta Floresta, Dra. Célia Regina Araújo Soares, também fundadora e curadora do Herbário da Amazônia Meridional – HERBAM.

Em 2010, a FEC produziu o primeiro levantamento florístico da região – Programa Flora Cristalino -, abrangendo uma área de 187.187,71 hectares, compreendida pelas reservas RPPNs Cristalino e o Parque Estadual Cristalino, sendo que a unidade de conservação estadual correspondeu a 98,77% do estudo. O resultado do primeiro levantamento foi publicado no livro “Vegetação e Plantas do Cristalino – um manual”, em 2010 e em um artigo científico “Plantas vasculares da região do Parque Estadual do Cristalino, norte de Mato Grosso, Brasil”, publicado em 2011.

A pesquisa foi realizada pela Fundação Ecológica Cristalino – FEC em parceria com o Royal Botanical Gardens (KEW do Reino Unido), Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), Universidade do Estado de São Paulo (USP) e demais instituições. Do primeiro levantamento, foram coletados 3.500 espécimes, todos depositados no Herbário HERBAM e com duplicatas enviadas a outros herbários.

Mais de mil espécies listadas

Como resultado, o Programa Flora Cristalino listou 1.366 espécies de plantas, referentes a 626 gêneros pertencentes à 151 famílias, abrangendo os nove tipos de vegetação encontrados na região, sendo que cinco representam formações florestais, duas campinaranas, um campo rupestre e uma formação pioneira.

As doutoras, Ana Kelly Koch e Célia Regina Araújo Soares, são taxonomistas de plantas e realizam coletas, identificações, produzem listas de espécies e, quando necessário, fazem a descrição de espécies ainda não conhecidas pela ciência.

Ana Kelly explica que “produzem a ciência básica, por meio da taxonomia alfa”. Ressalta ainda que “A identificação de plantas de uma vegetação é o ponto de partida para qualquer estudo científico, seja da fauna, dos recursos hídricos, do clima e muitos outros. A atualização destas listas facilita muito as pesquisas futuras”.

A bióloga Celia Regina Araújo Soares, ressalta a relevância da região estudada, em razão de possuir pelo menos oito tipos de vegetação, o que favorece a presença de inúmeras espécies tanto da flora como da fauna presentes nas RPPNs Cristalino.

O novo estudo será realizado somente nas RPPNs Cristalino, com objetivo de abranger os diferentes ambientes para incrementar o que se conhece atualmente, realizando novas coletas de plantas, bem como revisar e atualizar a nomenclatura das espécies da primeira listagem publicada há 13 anos que pode ter isso modificada pela ciência. Com a retomada das expedições de coleta, novas espécies podem ser agregadas às listas das RPPNs Cristalino, como também, novos registros de ocorrência para o Mato Grosso e Brasil e outras novas espécies para a ciência podem ser encontradas.

Além disso, pelo menos duas coleções botânicas (herbários) de Mato Grosso serão beneficiadas com o recebimento do material. E, ainda terá a oportunidade de apoiar a formação de jovens botânicos, com desenvolvimento de teses e dissertações, e na participação de alunos dos cursos de graduação da Biologia da UNEMAT e da UFMT, nas expedições de coleta, onde aprenderão as técnicas de coletas e de identificação de plantas.

Fonte: ufmt

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