UFMT participa de audiência pública sobre imigração


A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) participou, nesta segunda-feira (16), de uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Mato Grosso para debater políticas de saúde, educação, trabalho e renda para os imigrantes que chegam a Mato Grosso.

Na oportunidade, o reitor da UFMT, professor Evandro Soares da Silva, falou sobre a necessidade de discutir o tema de forma ampla, lembrando do papel da educação no desenvolvimento e inclusão social.

“Precisamos discutir com o Ministério da Educação políticas que permitam o ingresso dos imigrantes no ensino superior público, superando dificuldades de documentação, bem como formas de reconhecer diplomas de ensino superior estrangeiros, para uma melhor integração dessas pessoas no mercado de trabalho”, afirmou.

Além disso, o reitor falou sobre os projetos de extensão ofertados pela Instituição na área de saúde coletiva e linguagens, e sobre a possibilidade de oferta de sobrevagas na UFMT para as comunidades imigrantes, mediante programas de permanência como o de inclusão indígena e quilombola que já existem.

O deputado Valdir Barranco, um dos responsáveis pela audiência, destacou que o objetivo do encontro foi ouvir a comunidade de imigrantes e suas lideranças, de forma a subsidiar a criação de planos para o devido acolhimento e suporte dessas pessoas.

“O poder público tem o dever de atuar de forma ativa na questão da imigração, não como se fosse um favor que está sendo feito depois de cobrado pela Pastoral do Migrante”, disse.

Já a vereadora Edna Sampaio, outra responsável pela audiência, apontou o preconceito responsável pela falta de políticas públicas para a atual onda de imigração.

“Eu sou descendente de imigrantes negros que foram trazidos à força para trabalhar no Brasil durante a escravidão. Outros imigrantes, brancos europeus, depois disso, foram recebidos com condições para trabalhar e prosperar. Os imigrantes novos são como os antigos imigrantes”, asseverou.

Outro problema frequentemente enfrentado pelos imigrantes diz respeito às condições de trabalho. Amarildo Borges de Oliveira, superintendente regional do Trabalho, explica que os imigrantes têm os mesmos direitos trabalhistas dos brasileiros, mas por causa de vulnerabilidades diversas, incluindo a barreira do idioma, costumam são assediados para ocuparem postos de trabalho indignos.

“Precisamos superar essas limitações e lembrar aos bons empregadores, que são a maioria, que os trabalhos degradantes, sem direitos, afetam o princípio da livre concorrência, então eles também precisam apoiar essa inclusão da população de migrantes”, concluiu.

A audiência pública contou com representantes da sociedade civil, do poder legislativo e executivo, além de líderes das comunidades de haitianos, venezuelanos e outros grupos imigrantes do Estado.

Ao final, um documento reunirá as principais demandas levantadas no encontro, para serem encaminhadas para os chefes dos poderes.

Fonte: ufmt

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