UE é culpada pela crise de eletricidade, diz ex-ministra das Relações Exteriores austríaca


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A crise que afeta o setor de energia elétrica em toda a União Europeia (UE) começou em 2021 e foi causada pelos próprios formuladores de políticas europeias, de acordo com a ex-ministra das Relações Exteriores austríaca Karin Kneissl.
“Tivemos uma crise no setor de energia elétrica antes mesmo do início da crise do gás”, disse ela no último sábado (10) em entrevista à agência de notícias russa TASS.
“Esse é o resultado da liberalização dos últimos 15 a 18 anos, e estamos passando por isso desde abril de 2021, há mais de um ano até agora”, acrescentou Kneissl.
Segundo disse a ex-ministra das Relações Exteriores, o mercado de eletricidade na Europa não é mais uma configuração clássica de oferta e demanda, e agora está operando “de acordo com alguns princípios incompreensíveis”, e acrescentou que o mercado foi redirecionado com uma preferência pelas energias renováveis e, como consequência, tornou-se desequilibrado.
“O mercado de eletricidade, apesar do papel das fontes de energia renováveis, ainda é altamente dependente dos preços do gás, mesmo quando mais eletricidade é gerada a partir de fontes renováveis”, disse Kneissl.
Um homem balança as bandeiras da Ucrânia e da Polônia durante manifestação em frente a um prédio em que estão hospedados diplomatas russos, em Varsóvia, na Polônia, 13 de março de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 10.09.2022

A ex-ministra enfatizou que os preços da eletricidade na região tiveram um aumento de até 40% após abril de 2021, e agora subiram quase 400%, inevitavelmente arrastando as finanças das famílias para baixo.
“Para os fabricantes, para o setor industrial, a situação é ainda pior. Já existe um movimento no Reino Unido — não é [parte da] UE, mas pode se espalhar ainda mais – onde as pessoas estão simplesmente boicotando suas contas de eletricidade”, disse ela, observando que a crise de eletricidade começou antes da crise do gás.
Kneissl atribui a crise à redução significativa do investimento em projetos de petróleo e gás, explicando que a oferta estava diminuindo enquanto a demanda se mantinha.
“A demanda vem crescendo após a pandemia [de COVID-19]. Foi bastante calma durante a pandemia por um ano e meio”, disse ela.
“E ainda podemos ficar felizes que na China a demanda permaneça em um nível bastante baixo, já que eles estão introduzindo muitos confinamentos”, acrescentou Kneissl.
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