UE atacou mais Orbán nas últimas semanas do que condenou ações de Israel em meses, diz jornal chinês


Orbán concluiu esta semana um percurso diplomático visitando Kiev, Moscou, Pequim e Washington depois que seu país assumiu a presidência rotativa de seis meses do Conselho da União Europeia em 1º de julho.
No entanto, sua tentativa de pôr fim ao conflito entre Rússia e Ucrânia, ao tentar persuadir os dois lados a concordarem com um cessar-fogo, provocou uma resposta histérica do bloco europeu.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse em 5 de julho que “o apaziguamento não vai parar Putin” em resposta à visita a Moscou. O chanceler Olaf Scholz e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, disseram que o primeiro-ministro “não representa a posição dos países da UE”.

“Ataques contra o governo Orbán não são novidade, mas a resposta furiosa dos líderes da UE contra a diplomacia de vaivém de Orbán é chocante. Infelizmente, muito mais líderes da UE atacaram Orbán nas últimas semanas do que condenaram os ataques implacáveis ​​de Israel à Faixa de Gaza nos últimos nove meses”, escreveu Chen Weihua.

Na visão do jornalista, o fato do premiê ser um dos poucos líderes da UE que pode alcançar todos os lados, “faz dele um candidato ideal para tentar acabar com o conflito Rússia-Ucrânia”.
“Seus esforços devem ser bem-vindos, especialmente porque os Estados Unidos e a OTAN têm prolongado o conflito, o que pode resultar em mais mortes e destruição e riscos de espalhar a guerra em outras regiões”, escreveu o editor-chefe.
Bandeiras da União Europeia na fachada da embaixada da Dinamarca em Moscou. - Sputnik Brasil, 1920, 11.07.2024

Chen relata que, na terça-feira (2), durante uma coletiva de imprensa, perguntou ao porta-voz da Comissão Europeia, Eric Mamer, por que a UE é contrária à tentativa de Orbán de mediar a paz entre Moscou e Kiev.
Ao responder, Mamer reciclou a mesma resposta que o bloco europeu vem dando nos últimos dois anos: “Há uma maneira muito simples de acabar com o conflito […] e é a Rússia parar a guerra”, disse o porta-voz.

O editor analisou que “esta é uma resposta muito simplista para uma questão muito complexa, e não vai funcionar. A Rússia tem há anos expressado sua oposição à expansão da OTAN para o leste. No entanto, os líderes dos Estados Unidos e da OTAN se recusaram a abordar a preocupação da Rússia em suas cartas de resposta a Moscou em janeiro de 2022. Pior, o presidente dos EUA, Joe Biden, em uma entrevista recente à ABC, se gabou da expansão da OTAN”.

Os líderes da aliança reunidos para sua cúpula em Washington esta semana reiteraram sua estratégia de apoiar e armar a Ucrânia. No entanto, eles sabem bem que as diferenças entre Moscou e Kiev podem ser resolvidas apenas por meio do diálogo e da diplomacia, não no campo de batalha, afirma Chen.
Talvez seja por isso que Orbán disse, sem rodeios, ao jornal alemão Bild e ao canal de notícias Welt que “[…] a América tem uma política de guerra e a Europa está apenas copiando a posição americana em vez de ter sua própria abordagem estratégica”, relembrou o editor-chefe.
Visão geral do Conselho OTAN-Ucrânia durante a cúpula do 75º aniversário da OTAN no Centro de Convenções Walter E. Washington em Washington, DC, em 11 de julho de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 13.07.2024

Por fim, Chen cita uma pesquisa divulgada pelo Instituto de Assuntos Globais (IGA, na sigla em inglês), sediado em Nova York, em junho, na qual foi demonstrado que 94% das pessoas nos EUA e 88% na Europa Ocidental querem que os Estados-membros da OTAN busquem um acordo negociado para encerrar o conflito Rússia-Ucrânia.
Isso mostra o quão desconectados os líderes dos EUA, da OTAN e da UE estão de seus povos e por que Orbán deve ser encorajado a continuar seus esforços de paz, concluiu o editor-chefe.
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Fonte: sputniknewsbrasil

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