“Uber” de educadores, Poppins já fatura mais de milhão com ensino domiciliar que não é homeschooling


Um dos desafios que chegaram às mães e pais de crianças durante a pandemia foi conciliar, em um mesmo ambiente, o trabalho, a escola e a vida pessoal. Foi um dilema enfrentado por muitas pessoas. Para a administradora de empresas Marcella Cohen, não foi diferente. À época gerente de marketing da Unilever, a executiva tinha uma filha de 4 anos quando a crise de covid-19 estourou. 

“A casa virou home office, homeschooling, home-tudo”, diz Marcella. 

A executiva passou a refletir sobre como estimular o desenvolvimento de sua filha estando em casa. O assunto já havia ganhado um espaço especial no coração de Marcella desde o início da maternidade, quatro anos antes. Dali até o nascimento da Poppins, sua primeira startup, se passou pouco menos de um ano.

“Eu era a pessoa do mundo corporativo, com muitas ambições”, afirma a empreendedora. “Mas tomei a decisão de me jogar no universo do empreendedorismo, porque me tornei apaixonada pelo ambiente de desenvolvimento infantil”. 

A Poppins é um marketplace que conecta famílias que querem estimular o desenvolvimento infantil de seus filhos com educadoras. Hoje, já são 600 famílias cadastradas e 800 profissionais, que precisam, necessariamente, serem formadas em psicologia, pedagogia ou letras. 

O atendimento é domiciliar. A família coloca as necessidades que tem e o sistema da Poppins faz a curadoria para selecionar quais as educadoras que se encaixam. Depois, são feitas entrevistas intermediadas pela startup para escolher a profissional que cuidará do filho. Há planos de dois a cinco dias por semana. 

“Com a educadora selecionada, elaboramos um plano de desenvolvimento”, diz Marcella. “Se a mãe fala que a criança precisa ter aquisição de fala e melhorar a psicomotricidade e que gosta de música, fazemos uma sequência de atividades que vão atender a essas demandas”. 

No primeiro ano de funcionamento, a Poppins faturou 283.000 reais. Em 2022, já atingiu seu primeiro milhão em faturamento: foram 1,1 milhão de reais. Agora, querem fechar 2023 com um crescimento de 20%, chegando a cerca de 1,3 milhão de reais faturados. 

Como a Poppins funciona

O processo para contratar uma educadora começa com a família acessando a plataforma da startup e colocando as necessidades de seus filhos no cadastro. Depois, a Poppins identifica quais as educadoras que melhor podem atender a criança, e marcam a entrevista. 

Quando a educadora é escolhida, é feito o plano de atividade. Ele envolve atividades como música, línguas, psicomotricidade e questões pedagógicas.

O pagamento é por planos, com renovação mensal ou anual. A comunicação com as famílias também acontece por um aplicativo, onde são informados os portfólios de atividades, os dias em que a educadora vai para a casa e o boleto. 

“Somos uma empresa que trabalha com crianças a partir dos quatro meses, que é quando muitas mães voltam de licença-maternidade, até os quatro anos”, diz Marcella. “Depois dos quatro anos, não atendemos porque é quando a criança precisa ir para uma escola. A gente trabalha antes da obrigatoriedade da escola. Somos complementares, não substitutos. Não somos homescholling”. 

Hoje, a Poppins atua em São Paulo e no Rio de Janeiro. A origem do nome Poppins faz referência ao filme Mary Poppins, da Disney.

Quais são os próximos passos da Poppins 

Para crescer nos próximos meses e anos, a Poppins tem um plano estruturado de lançamentos.

  • Expansão territorial: um dos objetivos é chegar a novos Estados. Já há demanda em Minas Gerais, Bahia e Brasília (DF). 
  • Expansão de produtos: dois novos produtos estão sendo lançados, um é uma trilha de desenvolvimento para as educadoras. Serão cursos e orientações para ajudar as profissionais a educar as crianças. E outro é um plano de assinatura para as educadoras, onde, além dos cursos, também terá espaço de networking para crescimento profissional. 
  • Parcerias com empresas: a Poppins está entrando em contato com os departamentos de recursos humanos das companhias para alinhar a possibilidade de oferecer o serviço da startup como um benefício aos funcionários, assim como existe hoje o auxílio-creche. 

Além disso, começam a estruturar uma rodada de captação para ano que vem. 

Quais são as dificuldades do negócio

Marcella elenca como a principal dificuldade do negócio a responsabilidade de cuidar de crianças pequenas. A empresa estuda como manter a qualidade do serviço personalizado ao passo em que ganha escala. 

“Vamos crescer, mas de forma responsável”, diz Marcella. “Temos que tratar um milhão da forma que tratamos um”. 

Fonte: exame

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