Turquia critica veto dos EUA na ONU, diz que ‘americanos estão sozinhos’ e pede reforma do órgão


O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, pediu a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas criticando duramente o fato de que os Estados Unidos vetaram, novamente, uma proposta de cessar-fogo para Faixa de Gaza ontem (8), “apesar do enorme apoio de outros países”.

“A exigência de cessar-fogo do Conselho de Segurança das Nações Unidas é rejeitada apenas pelo veto dos EUA. Isto é justiça? O mundo é maior do que cinco. O Conselho de Segurança precisa ser reformado”, disse Erdogan em uma conferência pelo 75.º aniversário da Declaração dos Direitos Humanos em Istambul neste sábado (9), segundo a agência Anadolu.

O líder turco também declarou que “perdemos a esperança e a expectativa do Conselho de Segurança […] desde 7 de outubro, o Conselho de Segurança, cuja missão é estabelecer a paz global, tornou-se um protetor de Israel“.
O presidente turco e líder do Partido da Justiça e Desenvolvimento, Recep Tayyip Erdogan, participa de reunião do grupo de seu partido na Grande Assembleia Nacional da Turquia, em Ancara, em 29 de novembro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 08.12.2023

Ao mesmo tempo, a chancelaria turca se posicionou e disse que o veto dos EUA foi “uma total decepção” e que Washington “está sozinho nessa questão”.

“Nossos amigos expressaram mais uma vez que a América está agora sozinha nesta questão, especialmente na votação realizada hoje [8] nas Nações Unidas”, disse o ministro das Relações Exteriores turco, Hakan Fidan, citado pela agência Reuters.

Desde o começo da guerra entre o Israel e Hamas, a Turquia tem sido um dos países que mais fortemente se posiciona contra Tel Aviv, Washington e aliados. Na semana passada, Erdogan disse que Israel deveria ser julgado no Tribunal Penal Internacional (TPI).
“A maioria dos mais afetados por práticas xenófobas, racistas, discriminatórias e fascistas são, sem dúvida, muçulmanos, que constituem a maioria dos imigrantes. Os termos ‘terrorista’ e ‘terrorismo’ foram transformados num disfarce para atacar o Islão, humilhar os muçulmanos e massacrar inocentes”, analisou Erdogan.
Israel retomou sua ofensiva militar na Faixa de Gaza em 1º de dezembro, após o fim de uma pausa humanitária de uma semana com o Hamas. Cerca de 17.500 palestinos foram mortos no enclave sitiado em ataques aéreos e terrestres israelenses desde a ofensiva do Hamas em 7 de outubro.
Homem senta-se sobre os escombros enquanto outros passeiam entre os destroços de edifícios alvos de ataques aéreos israelenses no campo de refugiados de Jabaliya, no norte da Faixa de Gaza, 1º de novembro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 09.12.2023

Fonte: sputniknewsbrasil

Anteriores Brasil deve recuperar em breve certificado de eliminação do sarampo
Próxima Sem custos extras, emergências conseguem reduzir superlotação em 28%