TSE condena Bolsonaro e o torna inelegível; ex-presidente diz que levou ‘facada nas costas’


Votaram no TSE a favor da condenação do ex-presidente os ministros Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes, Benedito Gonçalves, Floriano de Azevedo Marques e André Ramos Tavares. Os que votaram contra foram Raul Araújo e Nunes Marques.
Ao defender seu voto, o ministro Alexandre de Moraes disse que Bolsonaro espalhou mentiras na reunião com embaixadores e ao longo do processo eleitoral, com o objetivo de instigar o próprio eleitorado e eleitores indecisos contra o sistema de votação e a Justiça Eleitoral.

O magistrado ressaltou a responsabilidade pessoal do ex-presidente no encontro, e disse que Bolsonaro organizou a reunião “a toque de caixa”: “De oficial só o desvio de finalidade praticado pelo presidente da República. Itamaraty não organizou, Casa Civil não participou. Monólogo eleitoreiro. Pauta dele, pessoal, eleitoreiro”, afirmou Moraes citado pelo G1.

Ainda segundo o ministro, “[A inelegibilidade] é a resposta do TSE ao populismo nascido na chama dos discursos de ódio e antidemocráticos“.
Antes mesmo de acabar a fala de Moraes, Bolsonaro, que estava em Belo Horizonte, disse que o resultado foi “uma facada nas costas“.
“Há pouco tempo tentaram me matar em Juiz de Fora, levei uma facada na barriga. Hoje levei uma facada nas costas com a inelegibilidade”, afimou o ex-presidente à CNN.
Bolsonaro tambem ironizou o resultado uma vez que acredita que essa tenha sido “a primeira condenação por abuso e poder político”: “Um crime sem corrupção”, disse.
Ex-presidente também afirmou que agora o presidente Luiz Inácio Lula da Silva “vai entrar em campo para ganhar por quase W.O. em 2023, mas isso é democracia”: “Não é o fim da direita no Brasil. Antes de mim ela existia, mas não tinha forma”. O ex-presidente ainda declarou que “não vamos desistir do Brasil”.
Bolsonaro respondeu por abuso de poder e uso indevido dos meios de comunicação. Os ministros analisaram se o ex-presidente cometeu abuso de poder político no discurso a embaixadores em 18 de julho do ano passado, quando os convidou para falar sobre a não confiança no sistema eleitoral brasileiro e contestou o uso das urnas eletrônicas no país sem apresentar provas.
Com a decisão, Bolsonaro fica impedido de participar das eleições de 2024, 2026 e 2028. Em tese, estará apto a concorrer em 2030, por uma diferença de 4 dias. Isso porque a inelegibilidade será contada a partir de 2 de outubro do ano passado.
O julgamento começou em 22 de junho e terminou nesta sexta-feira (30). Placar foi de 5 a 2 contra ex-presidente; mesmo com recursos ainda possíveis, decisão já tem validade. Braga Netto foi absolvido.

Fonte: sputniknewsbrasil

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