Trump, em sua fala, ponderou que o presidente russo tem sido “mais generoso do que deveria ser”. Portanto, não estaria tirando proveito das boas relações para chegar a um acordo sobre o conflito na Ucrânia.
Entretanto, mais cedo, em um post na plataforma Truth Social, o presidente dos EUA ameaçou a Rússia de novas sanções até que um tratado de paz seja consolidado.
“Com base no fato de que a Rússia está atacando fortemente a Ucrânia no campo de batalha neste exato momento, estou considerando seriamente aplicar sanções financeiras e tarifas em larga escala à Rússia até que um cessar-fogo e um acordo definitivo de paz sejam alcançados”, escreveu Trump.
Segundo João Claudio Pitillo, analista internacional, historiador e autor do livro “Aço vermelho: os segredos da vitória soviética na Segunda Guerra Mundial”, o mandatário dos EUA lança mão de uma retórica ambígua há algum tempo, tenta demonstrar imparcialidade e “também responde às críticas dos democratas de que ele está sendo seduzido pelo Putin”.
Por outro lado, caso as ameaças se concretizem, o especialista acredita que a Rússia não deve se preocupar, uma vez que já tomou medidas para se salvaguardar.
“A Rússia já vem enfrentando sanções há muito tempo e driblando todas elas com maestria. […] A desconexão da Rússia com relação à dependência dessa economia mundial baseada no dólar é cada vez mais forte. As relações da Federação da Rússia com o Sul Global, com o BRICS, criam uma salvaguarda para a Rússia”, explica.
Trump ainda não tem plano para acabar com o conflito
Em relação à coletiva de Trump, Pitillo avalia que o presidente dos EUA segue demonstrando que, desde que assumiu, ainda não foi capaz de revelar um plano detalhado e factível para a situação na Ucrânia.
“O Donald Trump parece não ter um plano para a Ucrânia. Ele deseja uma paz a partir do nada, uma paz de força. Ele não consegue oferecer para a sociedade estadunidense e para os especialistas um plano de paz factível, detalhado, organizado, com início, meio e fim, com objetivos claros. Talvez esse seja um dos grandes problemas e que o tenha levado a ter essa retórica ambígua.”
Conforme o analista, esse se torna um grande problema para os EUA, já que a Rússia não vai simplesmente “largar as armas, virar as costas e voltar para Moscou”. “É preciso um plano de desescalada e é preciso conformar uma linha, uma linha fronteiriça. Isso até agora os Estados Unidos não foram capazes de detalhar“, completa Pitillo.
Fonte: sputniknewsbrasil