“Pode, sim, ajudá-lo [a iconografia], com alguns independentes, sobretudo os mais jovens. Essa é uma tendência que já estava em curso, sobretudo diante da fraqueza de [Joe] Biden”, avalia Pablo Holmes, professor do Instituto de Ciência Política (Ipol), da Universidade de Brasília (UnB).
Discurso de Trump: da união nacional aos ataques contra imigrantes
“Essa ampla gama que apoia o Trump, que é diversa, heterogênea entre ela, vê no Trump uma capacidade de liderar essa coalizão, em parte pela sua capacidade de fazer performances públicas e de representar um símbolo de uma certa América, como eles diriam.”
Candidatura efetivada: qual cenário político espera Trump?
“Os eleitores democratas estão desmobilizados, Biden não empolga, os eleitores o estão rejeitando fortemente e há também o problema da guerra, que, em alguns estados-chave, como a Geórgia e o Michigan, onde há um eleitorado substancial, aparentemente os eleitores não estão desejosos de votar.”
“Isso mostra assim: ‘Biden não é capaz nem de me proteger’. Então essa ideia do Estado, da ineficiência e da fraqueza, um discurso que é meio ambíguo e que acaba se misturando com a fraqueza física do Biden, com a dificuldade do Biden de responder rapidamente, com todas as questões em torno da idade do Biden, eu acho que é mais uma oportunidade que isso [o atentado] permite.”
O que projetar para um eventual novo governo Trump?
“O foco da política de Trump é muito mais interno, e do ponto de vista externo, [o foco é] uma confrontação mais clara com a China e uma posição de menos presença dos Estados Unidos nas políticas regionais, tanto na Europa, nos conflitos europeus, como na América Latina, no Brasil”, aponta.
“Parece muito provável que o Trump vai reduzir algumas frentes de conflito. Por exemplo, ele se vincula a uma certa tradição da direita norte-americana, que não é uma tradição que surgiu agora, mas é uma tradição que mobiliza os paleoconservadores, que mobiliza as figuras que estavam organizadas em torno da candidatura do Patrick Buchanan [pré-candidato republicano derrotado nas primárias por George H. W. Bush] lá em 1992, que são figuras mais críticas desse intervencionismo global norte-americano.”
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Fonte: sputniknewsbrasil