Como exemplo, ele citou uma detenção secreta feita por policiais moldavos de um cidadão da Transnístria, levado da cidade de Bender para Chisinau. Supostamente, o cidadão é procurado na Moldávia, e dois processos criminais foram instaurados.
“Em primeiro lugar, a polícia moldava não informou as agências de aplicação da lei da Transnístria e a Comissão Conjunta de Controle [sobre a detenção] e, em segundo lugar, violou o princípio da territorialidade. Portanto, consideramos essas ações ilegais”, disse Belyakov, acusando a Moldávia de “sequestros secretos”.
Segundo ele, a polícia moldava excede sua autoridade, viola direitos dos cidadãos da Transnístria e promove prisões e ações judiciais baseadas em leis da Moldávia que não se aplicam ao território da Transnístria.
“Tudo isso inevitavelmente pode levar a um perigoso conflito entre as polícias e, como resultado, um agravamento da situação na zona de segurança”, enfatizou Belyakov.
De acordo com o copresidente da OKK, a Transnístria aguardará uma explicação da delegação moldava na próxima reunião do órgão.
A paz na zona de conflito da Transnístria é apoiada por forças conjuntas de manutenção da paz, que incluem 402 militares russos, 492 da Transnístria, 355 da Moldávia e dez observadores militares da Ucrânia.
O serviço de manutenção da paz é realizado em 15 postos de controle, localizados em áreas-chave da zona de segurança.
Região de Transnístria
Situada na margem direita do rio Dniester, entre a Moldávia, a oeste, e a Ucrânia, a leste, a Transnístria é independente de fato de Chisinau desde 1992, quando forças de paz russas foram enviadas à região para interromper os combates entre as forças moldavas e as pró-independência locais.
A região tentava obter independência da República Soviética da Moldávia ainda antes da última sair da União Soviética, em meio a temores de que a Moldávia se juntaria à Romênia no rescaldo desses eventos.
A Transnístria não é reconhecida por nenhum membro das Nações Unidas, mas é reconhecida pela Abkházia e pela Ossétia do Sul, repúblicas independentistas do Cáucaso que gozam de reconhecimento limitado de países como Rússia, Nauru, Nicarágua, Síria e Venezuela.
A Transnístria é o lar de cerca de 475.000 pessoas, com moldavos étnicos (33%), russos (34%) e ucranianos (26,7%) e outros grupos, incluindo búlgaros, gagaúzes, belarussos, alemães e judeus.
Na época em que proclamou sua independência, em 1990, apesar de representar apenas 12% da área terrestre da República da Moldávia, a região representava 40% de sua indústria e 90% de sua produção de eletricidade. Hoje, a Transnístria e a Moldávia estão entre os países mais pobres da Europa.
Fonte: sputniknewsbrasil