Tráfego pela canal de Suez não deve se recuperar no médio prazo, diz analista


Segundo o especialista, a ameaça que o Ansar Allah, movimento xiita que controla o norte do Iêmen também conhecido como Houthi, impõe no tráfego de navios na região é muito mais séria do que a dos piratas somalis do início do século XXI.
Ao contrário destes últimos, afirmou, o Ansar Allah é uma força militar de pleno direito, um verdadeiro exército, não uma série de gangues.
“Não será possível eliminar as ameaças deles [Ansar Allah] enviando navios de guerra para o estreito de Babelmândebe, como tentaram os norte-americanos. Portanto, essa situação terá consequências pelo menos a médio prazo“, afirmou.
“O efeito econômico já é visível: o fluxo de carga através de Suez caiu 40%. As importações marítimas para a Europa caíram para mínimos históricos — inferiores aos da Covid-19. Os custos de frete aumentaram”, disse.
Najarov enfatizou que as maiores seguradores estão se recusando a assegurar os navios que navegam pelo estreito de Babelmândebe, que separa a pare sudoeste da península Arábica (Iêmen), da parte nordeste da África (Djibouti e Eritreia).
Ao mesmo tempo, o Asia Import Group acredita que o impacto sobre o transporte marítimo do conflito militar no Mar Vermelho e dos ataques a navios por piratas somalis no início do século XXI é quase igual. No entanto, a reação das empresas que seguram navios permanece obscura.
“Talvez aumentem significativamente os preços dos seguros dos navios que viajam pelo canal de Suez”, acrescentou o grupo. Cerca de 30% do tráfego mundial de contêineres passa pelo mar Vermelho.
Barco de mísseis da Marinha israelense patrulha mar Vermelho na costa da cidade portuária de Eilat. Israel, 26 de dezembro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 15.01.2024

A empresa sublinhou à Sputnik que cada vez mais as companhias marítimas estão optando por uma rota alternativa através do cabo da Boa Esperança, circunvagando assim completamente a África.

“É interessante que mesmo companhias marítimas de países que não estão de forma alguma ligados a Israel e aos Estados Unidos decidam jogar pelo seguro e não passar pelo canal de Suez”, observou.

A rota alternativa aumenta o transporte de cargas em pelo menos 10 dias e o custo em cerca de mil dólares, aproximadamente cinco mil reais. De acordo com o Asia Import Group, o transporte marítimo global poderá certamente ser seriamente afetado pelo agravamento da situação.

Fonte: sputniknewsbrasil

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