Uma mãe denunciou que seu filho autista, de 8 anos, foi vítima de maus-tratos em uma escola privada do Morumbi, zona sul de São Paulo. Segundo ela, um gravador escondido na mochila da criança capturou uma funcionária insultando o menino, dizendo que ele “não presta”. No mesmo dia, o garoto teria sido isolado dos colegas de sala. Após a denúncia, a funcionária foi afastada do cargo.
Conforme matéria publicada pelo Metrópoles, o incidente ocorreu no Colégio Anglo Morumbi em 4 de junho. Marcela Lima, empresária e mãe do menino, relatou ter escondido o celular com o gravador ativado após receber comunicados da escola sobre problemas de comportamento que, segundo ela, não ocorriam em casa.
“Estavam enviando comunicados diários dizendo que meu filho tinha comportamentos que nunca vi em casa”, disse ela.
O áudio gravado foi ouvido no dia seguinte e, de acordo com a mãe, revela uma série de insultos contra o menino. “Sendo autista ou não, nenhuma criança merece ser tratada assim”, afirmou.
Durante a bronca, a funcionária disse ao garoto que ele deixaria a professora doente e sugeriu que ele deveria pedir à mãe para sair da escola.
Outro trecho mostra mulheres conversando, uma das quais sugere que o menino deveria deixar o colégio.
Marcela afirmou que a gravação também registrou um momento em que a funcionária retirou as outras crianças da sala e deixou seu filho sozinho, enquanto o insultava. Segundo ela, a professora estava presente durante os insultos, mas não interveio.
A família registrou um boletim de ocorrência contra a assistente, a professora e a coordenadora da escola. O menino foi retirado da instituição.
Em nota, o Colégio Anglo Morumbi negou que o aluno tenha sido vítima de maus-tratos e afirmou que ele sempre foi acolhido “com muito afeto”. A escola justificou que os colegas foram retirados da sala no dia do incidente para preservar a segurança do grupo, após um episódio de desregulação do aluno.
“Contudo, houve uma abordagem equivocada por parte de uma funcionária, que já foi afastada de seu cargo”, afirmou o colégio.
O caso está sendo investigado pelo 89º Distrito Policial do Morumbi como maus-tratos, injúria e discriminação por deficiência.
Fonte: gazetabrasil