Todos que acompanham minimamente o mercado automotivo sabem que a indústria caminha para a automação e eletrificação dos carros. Por mais que entusiastas reclamem, neste momento, parece um caminho sem volta.
No entanto, isso envolve muito mais do que apenas o carro em si, as baterias ou a tecnologia que permita ao automóvel tomar decisões sozinho. Envolve também a estrutura das cidades e a Toyota sabe disso.
O Toyota Frontier Ressearch Center em parceria com a Toyota T&S Construction Co, divulgou a primeira etapa de estudos sobre o meio-fio. Sim, essa borda da calçada que serve como acabamento e que é vilã das rodas e pneus.
A ideia da fabricante é dar uma funcionalidade a esse bloco de concreto. Para isso, criou um design oco, que permite colocar um duto para cabos de eletricidade na parte interna. Há duas explicações para isso:
A primeira é basicamente eliminar os postes de fiação, aumentando o espaço para o pedestre, ampliando as possibilidades de vagas em comércios e retirando um elemento que agrava acidentes.
O segundo motivo é criar uma rede de recarga para carros elétricos autônomos por indução. Os meios-fios ocos abrigariam os componentes necessários e fios de alta voltagem, enquanto as ruas teriam carregadores por indução.
Dessa maneira, o carro elétrico autônomo seria recarregado enquanto leva os passageiros ao seu destino. Dependendo do nível de estrutura, seria possível reduzir o tamanho das baterias, tornando o carro mais barato e a produção mais limpa.
Segundo Hiroyuki Nakatani, gerente de produto e líder do projeto, o design desse tipo de produto é inédito. E precisou passar por algumas provas de uso na prática. Entre elas subida e descida de veículos como se estivessem estacionados, uma simulação de acidente e até caminhões de serviço subindo no meio fio para verificar a resistência da peça.
O envolvimento da Toyota T&S Construction Co é fundamental – e até curioso. A empresa foi criada após a Segunda Guerra Mundial pelo fundador da Toyota, Kiichiro Toyoda, com o propósito de criar casas de concreto para que não queimassem, como ocorria nos combates. Depois, a empresa se tornou especialista em concreto pré-moldado.
Apesar de avanços e testes, ainda não há previsão de quando uma via com carregador por indução para veículos poderá ser utilizada ao menos o meio-fio para os dutos está praticamente pronto.
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Fonte: direitonews