Toyota Corolla Cross híbrido: 5 razões para comprar e 5 para pensar bem


Em 2024, uma hegemonia foi quebrada. Pela primeira vez, o Toyota mais vendido do Brasil não foi o sedã Corolla ou a picape Hilux. O dono da façanha, com exatas 47.796 unidades emplacadas, foi o Corolla Cross. Primeiro SUV híbrido flex do país, desbancou os maiores figurões da marca japonesa e se consolidou como protagonista.

Autoesporte testou a versão topo de linha, XRX Hybrid, e mostra cinco boas razões para colocar o modelo de R$ 215.990 na garagem, além de outros cinco para pensar melhor antes de fechar a compra. Confira:

1- Consumo

O Corolla Cross faz jus à fama de que carros híbridos são econômicos. Em nosso especial de modelos eletrificados, ele registrou média de 16,7 km/l de gasolina após 1.250 km, com a maior parte do trajeto em rodovias, o que, em teoria, faz o consumo ser pior.

Essa marca supera até rivais do tipo plug-in, que conseguem rodar consideravelmente mais usando o motor elétrico, e, portanto, gastando menos combustível.

Nos números oficiais do Inmetro, o Corolla Cross faz 17,7 km/l na cidade e 14,6 km/l na estrada, quando abastecido com gasolina. Quando o combustível for etanol, nessas mesmas condições, o SUV marca 12,5 km/l e 10,1 km/l.

Sabendo dosar o pé, é possível fazer arrancadas e viajar em velocidade de cruzeiro usando apenas a energia das baterias de 1,3 kWh.

2- Único híbrido pleno flex do Brasil

Além de ser inimigo do frentista, o Corolla Cross também é o único carro híbrido paralelo que pode ser abastecido com gasolina ou etanol, em qualquer proporção, como todo carro flex.

O primeiro benefício, claro, é financeiro. Nos estados em que o etanol é mais vantajoso, usar o derivado da cana-de-açúcar faz bem para o bolso. No entanto, se a sua pegada é mais ecológica, abastecer com o combustível vegetal também ajuda na descarbonização do planeta, já que ele é praticamente neutro em emissões, considerando o ciclo do tanque à roda. A situação poderá até ser melhor, caso a produção do etanol não usasse caminhões a diesel, no chamado ciclo do poço à roda.

3- Espaço interno

Corolla Cross e Jeep Compass têm o mesmo entre-eixos de 2,64 m. Porém, além dos números frios de ficha técnica, o SUV da Toyota leva a melhor no quesito espaço. Os passageiros do banco de trás viajam com mais comodidade para joelhos e cabeça, mesmo com adultos mais altos ocupando os assentos da frente.

4- Assistências à condução

Desde o lançamento, o pacote de auxílios à condução do Corolla Cross é completo. A versão topo de linha dispõe de alertas de objeto no ponto cego e de saída de faixa com correção no volante. Além disso, há frenagem automática de emergência e controlador de velocidade adaptativo.

O funcionamento do sistema é bom, mesmo em curvas mais acentuadas. Um incômodo é que a frenagem de emergência acontece mesmo em manobras de estacionamento em que o motorista está consciente do espaço que há até o obstáculo. Fora isso, todas as informações são mostradas de forma clara no painel digital.

5- Conforto

Dentro da redação da Autoesporte, há quem discorde, mas, em minha opinião, o conforto de rodagem é uma das características mais marcantes do Corolla Cross. Ainda que sua suspensão seja tecnicamente menos refinada que a de seus maiores rivais, além do próprio Corola sedã, o SUV médio agrada quem precisa passar longas horas viajando. E não estou me referindo apenas aos bancos que abraçam bem o corpo.

Para o motorista, a direção macia facilita as manobras. Já a suspensão impede que a carroceria role demais em curvas.

1- Desempenho

A “conta” do consumo baixo chega de outra forma. No caso, no desempenho do SUV médio. Afinal, com 122 cv de potência, menos do que um Renault Kardian, ele leva longos 12,4 segundos para ir de 0 a 100 km/h.

No uso urbano, a falta potência não é tão perceptível. Porém, em estradas, muitas vezes é preciso recorrer ao modo Sport para conseguir que os motores a combustão e elétrico trabalhem juntos.

Uma solução seria a troca do veterano motor 1.8 aspirado de 101 cv e 14,5 kgfm pelo 2.0 presente na versão vendida na América do Norte, que entrega, no conjunto, quase 200 cv.

2- Ruído a bordo

Outra consequência do desempenho fraco é que, em rodovias, quando o motorista precisa fazer uma ultrapassagem e crave o pé no acelerador, o ruído na cabine sobe consideravelmente, prejudicando o conforto e fazendo com que o tom de voz nas conversas tenha que subir.

Além de tudo, convenhamos que uma das expectativas de quem compra um carro híbrido é poder desfrutar de silêncio a bordo com mais frequência.

3- Autonomia limitada

Além do silêncio, outra expectativa ao comprar um carro híbrido é ter autonomia elétrica. Com a chegada de vários novos modelos do tipo plug-in (principalmente os chineses), um modelo com tecnologia HEV fica para trás nesse aspecto.

No caso do Corolla Cross, a bateria de 1,3 kWh consegue suportar não mais do que um ou dois quilômetros no modo elétrico. A vantagem, porém, é não precisar de estrutura externa de recarga.

4- Preço

Em um mercado sem rivais chineses, a Toyota estaria muito bem posicionada com o Corolla Cross XRX Hybrid à venda por R$ 215.990. Afinal, o Honda Civic passa de R$ 260 mil. O problema é que há uma legião de modelos vindos da China que são vendidos em condições mais atrativas.

Começando pelo GWM Haval H6 PHEV2, o rival mais próximo, que custa R$ 219 mil. É mais caro, porém tem o dobro da potência, muito mais espaço interno e no porta-malas, além de oferecer acabamento mais refinado.

Entre os plug-in, a BYD oferece Song Pro e King, ambos abaixo dos R$ 200 mil. A vantagem óbvia é na autonomia elétrica e no consumo urbano. No entanto, nenhum deles oferece auxílios avançados à condução.

5- Acabamento

Por último (mas não menos importante), o Corolla Cross está abaixo dos rivais diretos quando o assunto é acabamento. Para um carro de mais de R$ 200 mil, a cabine poderia exibir um material melhor do que plástico duro na maior parte das superfícies.

Fora isso, a Toyota manteve o polêmico abafador do escapamento, peça que foi carinhosamente apelidada de “marmita” ou “lancheira” nas redes sociais.

Para tentar amenizar o incômodo, em vez de elevar a peça ou criar um prolongamento do para-choque, a fabricante decidiu pintar parte da peça de preto na reestilização do ano passado. Não funcionou. Resta saber se a pintura resistirá ao teste do tempo, que enferrujou milhares de abafadores antes da reestilização do Corolla Cross.

Quer ter acesso a conteúdos exclusivos da Autoesporte? É só clicar aqui para acessar a revista digital.

Fonte: direitonews

Anteriores Comparativo de 1995: Blazer e Hilux SW4 brigam pelo troféu de SUV raiz
Próxima Trabalhador receberá R$ 30 mil após cair da cadeira durante home office