Tomada de carro elétrico: conheça os tipos de plugue de carregamento


Desde 2011, o Brasil tem um padrão de tomada residencial único e obrigatório. Durante os anos de transição houve muitas dúvidas, polêmicas e uma profusão de adaptadores. E o que falar do mercado de celulares? Só agora, depois que a Apple adotou o USB-C, parece que os carregadores de telefone caminham para um padrão universal. E com os carros elétricos e híbridos plug-in não é diferente.

Ainda há muitas dúvidas no uso dos conectores e compatibilidade entre eles. A boa notícia é que já existe consenso na Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) pelo padrão CCS2, usado por mais de 90% do mercado.

Segundo Marcelo Palla, head de recharge da GWM Brasil, existem diferenças entre os conectores, principalmente diferenças técnicas e de protocolos de comunicação, no qual cada modelo se encaixa melhor para uma determinada região.

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“No caso, se comparar o CCS Tipo 1, padrão muito utilizado no EUA, foi desenvolvido para redes elétricas monofásicas e aqui no Brasil temos algumas variações em nossas redes, monofásicas, bifásicas e até trifásicas, o qual o padrão CCS Tipo 2 suporta e atende perfeitamente”, explica Palla.

Tipo 1

É o padrão mais adotado nos Estados Unidos e é chamado de SAE J1772. Atende carregamento monofásico para equipamentos Nível 1, que tem 80% de eficiência. Carregadores Nível 2 têm 90% de eficiência. Usa corrente alternada (CA), tem cinco pinos e conectado a uma saída 240 volts pode carregar até 80 amperes, assim ele consegue uma saída máxima de 19,2 kW.

Tesla Supercharger

É o padrão da marca de Elon Musk no mercado norte-americano. Antes era exclusivo da Tesla, mas a empresa liberou a patente. Em 2025 carros de outras montadoras poderão adotar o padrão. Usa tanto corrente alternada quanto corrente contínua em tomadas monofásica e trifásica. Com CC ele trabalha com até 400 amperes e tem potência de até 250 kW.

Tipo 2

É o conector mais encontrado no Brasil e é conhecido também como Mennekes, empresa que criou o padrão. Ele atende conexão monofásica e usa CA, mas só carregadores nível 2. Usa sete pinos e tem travas laterais. Com 400 volts de uma tomada trifásica pode carregar até 32 amperes e saída máxima de energia de 22 kW.

GB/T AC

No visual até parece com o conector Tipo 2, porém a ordem dos cabos dentro do plugue é diferente. Ele usa corrente alternada (AC) com mais potência e é adotado no mercado chinês. A sigla GB/T remete aos padrões “Guobiao”, ou seja, especificações técnicas recomendadas para a China. Usa corrente de 32 amperes numa tomada de 240 volts trifásica. A potência de saída é de até 7,4 kW.

GB/T DC

Usado na China para recarga rápida, tem o mesmo protocolo do GBT/ AC. Por usar corrente direta numa tomada de 440 volts, consegue entregar até 237,5 kW numa corrente de 250 amperes. Neste caso é classificado como conector de recarga rápida.

CHAdeMo

Padrão usado no Japão para corrente contínua (CC). Já está dando “Adeus” a exportação, pois até marcas japonesas estão abandonando essa tecnologia, ficando restrito ao mercado doméstico. A desvantagem dessa tecnologia é que ela não permite usar o mesmo plugue para corrente contínua e corrente alternada. Usa conexão trifásica de 400 volts, 400 amperes e potência de 400 kW.

CCS1

É o padrão Tipo 1 com adição de dois plugues abaixo. Usa corrente contínua e tem mais potência pelos 480 volts e conexão trifásica. Com 500 amperes de corrente consegue entregar 360 kW e é classificado como conector de recarga rápida. Usa o mesmo protocolo do conector Tipo 1, o que permite conexão de corrente alternada e corrente contínua no mesmo plugue.

CCS2

Padrão que a ABVE aponta como ideal para o mercado brasileiro. Tem opção de recarga rápida de corrente contínua numa tomada trifásica de 400 volts. Também entrega 360 kW com a corrente de 500 amperes e trabalha com carregadores nível 3. Esse é o padrão que a Tesla usa no mercado europeu para alguns modelos.

Para quem dormiu na aula de física, vamos simplificar: na corrente contínua (CC) os elétrons viajam em sentido único. Na alternada (CA) os elétrons vão em direções diferentes. Por isso, usamos CC em equipamentos de baixa tensão. Já a CA comporta grandes potências e pode ser “transportada” por cabos em longas distâncias com pouca perda. Cabe lembrar que a velocidade de recarga tem estimativas, mas também depende da tecnologia do carro.

Enquanto todos os carros elétricos do Brasil não tem o mesmo conector, podemos usar um adaptador? Segundo Carlos Roma, diretor técnico da ABVE, essa não é a melhor solução. “Todos os aparelhos que demandam mais potência, de secador de cabelos a carros elétricos, não devem usar adaptadores. O correto é adequar as tomadas para a potência necessária ao funcionamento seguro de celulares, chuveiro elétricos, cafeteiras, secadores de cabelo, ar-condicionado etc”, explica Roma.

O diretor explica que no caso dos veículos elétricos esse princípio deve ser respeitado usando carregadores próprios para carregamento veicular. Assim como ter uma instalação elétrica que respeite todas as normas de segurança já existentes.

Vinicius Garritano, gerente de produto e pricing da Volvo, concorda que a instalação do carregador precisa seguir o estabelecido pela ABNT. “Se forem adaptadores próprios de carregadores para veículos eletrificados, não há problemas. Quanto a essa questão de adaptação do tipo de conector, o perigo mora nas soluções não homologadas pela fabricante”, alerta Garritano.

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Fonte: direitonews

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